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Reformados protestam em Atenas. Segunda greve geral está a caminho

Os sindicatos apelaram à realização da segunda greve geral anti-austeridade em menos de um mês. Em causa estão as reformas no sistema pensionista.

Reuters
26 de Novembro de 2015 às 19:58
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Milhares de pensionistas gregos manifestaram-se nesta quinta-feira, 26 de Novembro, no centro de Atenas contra os cortes acordados pelo governo de Alexis Tsipras a troco do terceiro resgate internacional, e os sindicatos apelaram à realização da segunda greve geral anti-austeridade em menos de um mês.

Os maiores sindicatos do sector público e privado, que representam cerca de 2,6 milhões de trabalhadores, querem uma nova greve de 24 horas contra a reforma das pensões em 3 de Dezembro.  O Leia Também
 "> ADEDY, o sindicato do setor público, descreveu as medidas, que incluem o aumento da idade da reforma e reduções nas pensões complementares, como "um golpe final no seguro social."

Em 12 de Novembro, Alexis Tsipras enfrentou a primeira greve geral, apoiada por pelo movimento sindical do próprio Syriza.

Para os sindicatos gregos, o Governo não está a respeitar os seus compromissos eleitorais e adopta "políticas de austeridade punitivas".


Na semana passada, o Parlamento da Grécia viabilizou o terceiro pacote de acções prioritárias, cuja aprovação era exigida pelos credores como necessária à libertação da primeira tranche prevista no resgate de 86 mil milhões de euros. 

 

Em oposição a este pacote de medidas, Gabriel Sakellaridis, ex-ministro Adjunto no primeiro Governo liderado por Alexis Tsipras e um homem tido como próximo do primeiro-ministro, apresentou a sua demissão,e dois deputados das forças políticas que suportam o Executivo acabaram por não votar favoravelmente as medidas. Stathis Panagoulis, deputado do Syriza, absteve-se na votação, enquanto Nikos Nikolopoulos, do Anel, votou contra. Apesar de estas medidas terem sido aprovadas com 153 votos favoráveis e 137 votos contra, o destino para aqueles dois parlamentares foi a expulsão dos respectivos grupos parlamentares.

 

Assim, o suporte parlamentar ao Governo Syriza/Anel que depois das eleições de 20 de Setembro se saldava numa maioria de 155 deputados (a maioria é alcançada a partir dos 151 deputados, inclusive), caiu agora para apenas 153 mandatos.

 

As divergências no seio do Syriza não são uma novidade para Tsipras que no Verão viu 25 deputados da ala mais à esquerda da coligação de esquerda radical (Plataforma de Esquerda) cindirem do partido em oposição ao acordo alcançado com os credores. O que levou o primeiro-ministro a necessitar dos votos dos partidos mais moderados para viabilizar, em sede parlamentar, o terceiro resgate à Grécia e acabou por levar à demissão de Tsipras e à marcação de novas eleições.

 

Governo grego apresentou Orçamento para 2016 com mais impostos e novos cortes

 

Já nesta sexta-feira, 20 de Novembro, o Governo grego entregou no Parlamento o Orçamento do Estado para 2016 e ainda o Plano de Estabilidade que depois de discutido com os parceiros europeus da Grécia enquadra as perspectivas para o país até meados de 2018, altura em que termina a vigência do memorando de três anos acordado no Verão passado.

 

De acordo com o Executivo, as perspectivas são boas para a Grécia. Apesar do buraco orçamental de 2 mil milhões de euros nas receitas do Estado identificado no final do mês passado, o Governo acredita que a economia helénica deverá estagnar em 2015 em vez da contracção de 2,3% antecipada por Atenas no projecto orçamental apresentado em 5 de Outubro. Segundo o To Vima, o Governo prevê uma contracção do PIB de 0,7% em 2016, menos do que a estimativa anterior que apontava para uma quebra de 1,3%.

 

Ainda para 2016, as autoridades gregas antecipam um excedente orçamental primário de 0,5% do PIB, a ser alcançado através de medidas de austeridade avaliadas em cerca de 5,7 mil milhões de euros: aplicação de mais impostos (3,2 mil milhões de euros) e de novos cortes (2,5 mil milhões de euros), designadamente em cortes ao sistema de pensões. 



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