Notícia
Reforma da Zona Euro: Carlos Costa está "céptico", Santos Silva pede "mínimo denominador comum"
O governador do Banco de Portugal pede "decisões corajosas" para avançar na reforma da Zona Euro. Os riscos de adiar decisões são "significativos", garante.
O governador do Banco de Portugal está "céptico" quanto à capacidade dos Estados-membros de avançar no aprofundamento e reforma da Zona Euro. "Desejo estar enganado", disse, frisando que não tomar "decisões corajosas" implica "riscos significativos" para a união económica e monetária. Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, diz que Portugal pede "o mínimo denominador comum".
"A União Europeia encontra-se confrontada com grandes desafios que exigem decisões corajosas", disse Carlos Costa, esta segunda-feira, 3 de Dezembro, num seminário sobre o aprofundamento e a reforma da Zona Euro, organizado pelo Banco de Portugal. "Existem riscos significativos associados ao adiamento de uma clarificação" do percurso de reforma e aprofundamento da Zona Euro, avisou.
"Teremos de ser realistas e pensar que é um passo importante que devia ser dado no próximo Conselho Europeu, dado que o tempo urge e os problemas são de grande gravidade", sublinhou ainda Carlos Costa, pedindo aos Estados-membros que tenham "visão para pensar no futuro e não apenas nas suas agendas nacionais".
Depois, confessou: "Estou céptico quanto aos avanços concretos que possam resultar da Cimeira", mas "para o bem do futuro da Europa desejo estar enganado".
Santos Silva pede "mínimo denominador comum"
Para Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, a forma de avançar será encontrar "o mínimo denominador comum" entre os diferentes Estados-membros para cada um dos pontos fundamentais da reforma.
Directo ao assunto, Santos Silva exemplificou: "Os nossos colegas ministros das Finanças insistem na necessidade de reduzir os riscos antes de avançar" para mais mutualização, como por exemplo o sistema de seguro europeu de depósitos. "Qualquer coisa que se proponha eles respondem roboticamente, como se fosse um mantra, que é preciso reduzir os riscos", continuou o ministro, que falava no mesmo seminário, em Lisboa.
"Outros, minoritários, respondem que é preciso partilhar os riscos. Portugal diz que esta divisão paralisa-nos. Evidentemente que temos de reduzir e que temos de partilhar", defendeu. "Esta conversa de surdos tem de ser abandonada", defendeu.
O mesmo em relação ao orçamento para a Zona Euro, que nesse modelo não acolhe apoio da maioria dos países do euro, mas que se for pensado como apenas uma capacidade orçamental, ou até apenas uma linha dedicada à Zona Euro, dentro do quadro de financiamento plurianual, poderá acolher o apoio necessário.
"Talvez possamos dizer que, se há pelo menos um mínimo denominador comum, aproveitemos esse mínimo denominador comum," pediu Santos Silva.
As palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros e do governador português chegam precisamente no dia em que o Eurogrupo, liderado por Mário Centeno, e os líderes das Finanças da União Europeia (o formato alargado de reunião) discutem a reforma da zona euro com vista a limar as arestas e chegar a um entendimento para a Cimeira do Euro, agendada para 14 de Dezembro.
"A União Europeia encontra-se confrontada com grandes desafios que exigem decisões corajosas", disse Carlos Costa, esta segunda-feira, 3 de Dezembro, num seminário sobre o aprofundamento e a reforma da Zona Euro, organizado pelo Banco de Portugal. "Existem riscos significativos associados ao adiamento de uma clarificação" do percurso de reforma e aprofundamento da Zona Euro, avisou.
Depois, confessou: "Estou céptico quanto aos avanços concretos que possam resultar da Cimeira", mas "para o bem do futuro da Europa desejo estar enganado".
Santos Silva pede "mínimo denominador comum"
Para Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, a forma de avançar será encontrar "o mínimo denominador comum" entre os diferentes Estados-membros para cada um dos pontos fundamentais da reforma.
Directo ao assunto, Santos Silva exemplificou: "Os nossos colegas ministros das Finanças insistem na necessidade de reduzir os riscos antes de avançar" para mais mutualização, como por exemplo o sistema de seguro europeu de depósitos. "Qualquer coisa que se proponha eles respondem roboticamente, como se fosse um mantra, que é preciso reduzir os riscos", continuou o ministro, que falava no mesmo seminário, em Lisboa.
"Outros, minoritários, respondem que é preciso partilhar os riscos. Portugal diz que esta divisão paralisa-nos. Evidentemente que temos de reduzir e que temos de partilhar", defendeu. "Esta conversa de surdos tem de ser abandonada", defendeu.
O mesmo em relação ao orçamento para a Zona Euro, que nesse modelo não acolhe apoio da maioria dos países do euro, mas que se for pensado como apenas uma capacidade orçamental, ou até apenas uma linha dedicada à Zona Euro, dentro do quadro de financiamento plurianual, poderá acolher o apoio necessário.
"Talvez possamos dizer que, se há pelo menos um mínimo denominador comum, aproveitemos esse mínimo denominador comum," pediu Santos Silva.
As palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros e do governador português chegam precisamente no dia em que o Eurogrupo, liderado por Mário Centeno, e os líderes das Finanças da União Europeia (o formato alargado de reunião) discutem a reforma da zona euro com vista a limar as arestas e chegar a um entendimento para a Cimeira do Euro, agendada para 14 de Dezembro.