Notícia
Não haverá acordo hoje, avisa Dijsselbloem
À chegada à reunião de Bruxelas, o presidente do Eurogrupo advertiu que não é expectável que possa sair hoje um acordo entre a Grécia e dos demais países do euro. Antes de mais, disse, é perceber quais são as propostas concretas de Atenas. Pierre Moscovici, o comissário do euro frisou, por seu turno, que espera também que Varoufakis "ouça" os seus parceiros. "É sempre possível fazer adaptações, mas o programa em vigor é a base". "Há eleitores na Grécia, mas também os há na Alemanha, na Finlândia, em França", ilustrou.
Jeroen Dijsselbloem, ministro holandês das Finanças e presidente do Eurogrupo, advertiu esta tarde para a fraca probabilidade de sair fumo branco da primeira reunião entre o novo ministro grego, Yanis Varoufakis, e os demais 18 colegas da Zona Euro.
Em declarações à chegada do encontro, que decorre esta tarde em Bruxelas, Dijsselbloem lembrou que esta será a primeira oportunidade para que todos ouçam de viva voz quais são as propostas do novo Governo de Atenas por intermédio do ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que veio acompanhado do vice-primeiro-ministro Giannis Dragasakis. "O mais importante é que consigamos chegar a acordo sobre quais são os passos que teremos de dar a seguir". Questionado sobre se há disponibilidade para emprestar mais dinheiro à Grécia, Dijsselbloem respondeu que essa questão não está sobre a mesa, mas que caberá sempre ao Governo grego tomar ou não a decisão de pedir mais empréstimos.
"Formalmente temos um programa ainda em vigor entre a Grécia e a Zona Euro (termina no fim deste mês) e é preciso saber como podemos mover-nos daqui para frente".
"Espero que a Grécia se mantenha no caminho das reformas. O país voltou a crescer no ano passado e teve um primeiro excedente orçamental. É fundamental que essa trajectória seja prosseguida, mesmo que possamos alterar medidas", acrescentou.
Pierre Moscovici, comissário do euro e antigo ministro francês das Finanças, frisou, por seu turno, que o "lugar da Grécia" é no euro, pelo que espera também que Varoufakis "ouça" os seus parceiros. "Eles vêm apresentar as suas ideias, as suas soluções, mas este é também o momento de ouvirem o que os outros pensam das suas soluções e das suas ideias, porque actuamos num quadro colectiva e devem saber qual a vontade colectiva da Zona Euro".
"É sempre possível fazer adaptações e tentar dar resposta aos anseios do povo grego. Quando há eleições e o povo se exprime, é a democracia a funcionar", acrescentou, sinalizando existir abertura de Bruxelas para acomodar medidas destinadas a apoiar os desempregados (24% da população grega) e os mais vulneráveis. Mas, acrescentou, "o programa [da troika] em vigor é a base" para qualquer novo entendimento.
"Espero que o novo Governo respeite de forma plena e integral os compromissos assumidos pelo anterior em nome do Estado grego perante os outros Estados europeus". "Há eleitores na Grécia, mas também os há na Alemanha, na Finlândia, em França", ilustrou Moscovici.