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Macron propõe "liberdade" e "protecção" e promete moralizar a política em França

O candidato centrista às presidenciais francesas Emmanuel Macron apresentou esta quinta-feira um programa que combina "liberdade" e "protecção" e propõe reduzir o número de deputados, limitar os mandatos e proibir os políticos de contratarem familiares.

Reuters
02 de Março de 2017 às 12:31
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As últimas sondagens colocam Macron, antigo ministro da Economia do presidente socialista François Hollande, como o mais bem colocado para derrotar a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, na segunda volta.

A ascensão de Macron nas sondagens ocorreu depois da polémica que envolve o candidato da direita, François Fillon, investigado e prestes a ser formalmente acusado no inquérito à alegada criação de empregos fictícios para a mulher e dois filhos, remunerados com dinheiros públicos.

O caso Fillon, a que se junta o de Le Pen, acusada de usar fundos do Parlamento Europeu para pagar a funcionários do partido, levaram Macron, de 39 anos, a apresentar-se como um novo tipo de político, sem a bagagem negativa dos "profissionais" e que vai "erradicar os conflitos de interesses".

"A indecência e os privilégios duraram demasiado tempo. Queremos governantes responsáveis, que prestem contas", disse na apresentação do seu programa, hoje em Paris, depois de acusar Fillon e Le Pen de atacarem "deliberadamente" o Estado de Direito e "a autoridade da Justiça".

Na sequência da polémica em torno de François Fillon, Emmanuel Macron subiu nas sondagens, surgindo como o mais bem colocado para derrotar Marine Le Pen na segunda volta.

O programa, na linha do mote que escolheu - "Nem de direita, nem de esquerda" -, avança medidas capazes de captar eleitorado de vários sectores.

"Reconciliamos neste projecto a liberdade e a protecção", disse, perante mais de 300 jornalistas.

"França é um país irreformável, mas nós não nos propomos reformá-lo, propomos uma transformação completa", afirmou.

Entre outras medidas, propôs harmonizar o sistema de reformas com regras idênticas para os sectores público e privado, sem contudo reduzir a idade de aposentação.

Prometeu "reforçar a protecção", contratando mais 10.000 polícias e criando mais 15.000 vagas nas prisões, ao mesmo tempo que assegurou redobrar os esforços para melhorar as relações entre a polícia e jovens dos subúrbios, que passam a ser objecto de uma "discriminação positiva".

Macron disse ainda querer reduzir um terço o número de deputados no parlamento e introduzir limites aos mandatos públicos.

Em matéria de política europeia, o candidato centrista defendeu que os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) devem defender energicamente o mercado único nas negociações com o Reino Unido para o 'Brexit', redinamizar a zona euro e reforçar a cooperação europeia.

A UE não sobrevive "sem uma verdadeira estratégia europeia", disse.

O candidato defendeu noutro plano um "roteiro internacional" para combater o extremismo islâmico no Médio Oriente e em África e o aumento da despesa em Defesa para 2% do produto interno bruto (PIB), como os Estados Unidos e outros aliados da NATO pedem há muito.

As eleições presidenciais em França realizam-se a 23 de Abril (primeira volta) e a 7 de Maio (segunda volta).
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