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Juncker: “Qualquer futuro Governo eleito na Grécia tem de respeitar compromissos já assumidos”

O presidente da Comissão Europeia defende que o novo Governo grego tem de “respeitar os compromissos já assumidos e manter-se no caminho das reformas e da responsabilidade orçamental”.

Reuters
19 de Janeiro de 2015 às 10:18
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A poucos dias das eleições legislativas na Grécia, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, em declarações à Reuters, sustenta que a Grécia tem de respeitar os compromissos já assumidos. "Qualquer futuro Governo eleito na Grécia tem de respeitar compromissos já assumidos e manter-se no caminho das reformas e da responsabilidade orçamental", afirmou.

 

Ainda assim, Juncker salienta que "a Europa vai apoiar a Grécia". "Mas a Europa espera que a Grécia mantenha os seus compromissos" assumidos com os seus parceiros.

 

Os gregos são chamados às urnas para escolher um novo Governo já no próximo domingo, 25 de Janeiro. E as declarações deste responsável europeu podem ser encaradas como um alerta claro ao Syriza, partido de esquerda que está agora menos radical do que nas últimas eleições.

 

O Syriza de Alexis Tsipras lidera as intenções de voto, de acordo com as sondagens publicadas este fim-de-semana. O partido de Tsipras, segundo escreve a Bloomberg, supera a Nova Democracia de Antonis Samaras, actual chefe de Governo, por 3,1 pontos percentuais e por 3,8 pontos percentuais em sondagens diferentes realizadas nestes últimos dias.

 

"Vamos assistir a uma vitória clara do Syriza", afirma a esta agência Aristides Hatzis, professor de direito e economia na Universidade de Atenas.

 

Ainda assim, e segundo o jornal grego eKathimerini, Makis Voridis ainda ministro da Saúde, durante um comício, promoteu que a Nova Democracia vai "fazer tudo o que seja necessário" para evitar a eleição do Syriza. "A nossa geração não vai entregar o país. Vamos fazer o que for necessário. Vamos defender com os nosso votos no domingo, o que os nossos avós defenderam com armas".

 

Syriza e a conferência europeia

 

O partido liderado por Tsipras defende o fim de políticas de austeridade, a inversão de algumas reformas e a renegociação da dívida do país. No seu manifesto eleitoral, está presente a ideia de uma conferência europeia para debater um alívio do fardo da dívida da Grécia. Para a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, uma reestruturação da dívida grega tem "consequências".

 

Face à hipótese de uma conferência europeia para debater a dívida grega, Lagarde aponta, em entrevista ao Irish Times, que "abordagens colectivas são sempre boas ao nível europeu". Ainda assim, "como princípio, esforços colectivos são bem-vindos mas, ao mesmo tempo, uma dívida é uma dívida e é um contrato". "Incumprimento, reestruturação, alteração dos termos tem consequências para o signatário e para a confiança no signatário", acrescentou.

 

Por outro lado, a proposta grega terá sido bem acolhida em Dublin, na Irlanda. O ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, de acordo com a imprensa local, terá expressado, no passado dia 14, um amplo apoio à perspectiva de realização desta conferência após as eleições na Grécia. Fontes do Governo irlandês, citadas pelo Irish Times, apontam que esta conferência poderia abordar não apenas a dívida da Grécia, mas também de países como Portugal, Irlanda e Espanha.

 

Entretanto, o ministro das Finanças francês, Michel Sapin pediu, citado pelo Financial Times, para que a Zona Euro respeite os resultados das eleições de domingo na Grécia. Sapin aponta que a Europa deve estar pronta para negociar com os novos líder helénicos a reestruturação da sua elevada dívida pública ou alargar os termos do resgate.

 

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