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Eurogrupo lembra a Tsipras a importância de manter "ímpeto reformista"

Os ministros das Finanças da Zona Euro insistem na necessidade de as recém-empossadas autoridades gregas prosseguirem a implementação das reformas inscritas no memorando de entendimento. E pedem a Tsipras para "manter ímpeto reformista".

Reuters
05 de Outubro de 2015 às 21:32
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A mensagem enviada pela Zona Euro à Grécia é clara: Atenas tem de continuar a implementar reformas e sem atrasos. No final da reunião do Eurogrupo que decorreu esta segunda-feira, 5 de Outubro, em Bruxelas, Jeroen Dijsselbloem realçou "o esforço e o compromisso do Governo de [Alexis] Tsipras na implementação de medidas", pelo que "existem razões para acreditar no seu compromisso".

 

Mas apesar da declaração positiva do líder do Eurogrupo, Dijsselbloem lembrou que "há ainda muito trabalho pela frente nos próximos meses", razão que exige a continuação do "ímpeto reformista". Naquela que foi a primeira cimeira da Zona Euro desde que, há duas semanas, Tsipras foi reeleito primeiro-ministro grego, o ministro holandês das Finanças lembrou que "manter uma atitude reformista é crucial para reganhar confiança, dentro e fora da Grécia", algo que Dijsselbloem garante ser "crucial para a recuperação económica" do país.

 

O político holandês frisou ainda que dois dos objectivos das autoridades helénicas dependem da validação da primeira avaliação periódica ao cumprimento do memorando de entendimento assinado entre Atenas e a troika. "Primeiro a implementação de medidas" e só depois, avisa Dijsselbloem, "podemos avançar com os processos de recapitalização da banca e de alívio da dívida". No entanto, estes temas só poderão ser discutidos depois de "estar completa a avaliação periódica" prevista para o final deste mês ou, como é cada vez mais provável, apenas em Novembro.

 

Isso mesmo foi indicado por Pierre Moscovici. O comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos disse que a Comissão "acredita, neste momento, ser possível acabar a avaliação ao cumprimento do memorando antes do final de Novembro".  

 

Já a reforma do sistema de Segurança Social foi apontada por Dijsselbloem como um ponto-chave com que o novo Governo de coligação entre o Syriza e os Gregos Independentes terá de lidar nas próximas semanas. "É preciso clarificar a reforma da Segurança Social e lidar com a questão relacionada com a ‘governance’ do sistema financeiro", especificou.

 

"Em paralelo o Bando Central Eurpeu (BCE) está a fazer a avaliação dos bancos e, necessariamente, entre Novembro e Dezembro terá de ser concluída a recapitalização dos bancos", acrescentou Dijsselbloem.

 

As instituições pretendem que a Grécia acelere o processo de aplicação das medidas acordadas em troca do resgate de até 86 mil milhões de euros de que Atenas irá beneficiar, até porque a demissão, em Agosto, do Governo de Tsipras e subsequente agendamento de novas eleições atrasou em mais de um mês a implementação do programa. Na reunião de hoje, a Zona Euro instou o ministro grego das Finanças, Euclid Tsakalotos, a adoptar o quanto antes um pacote de 48 medidas até meados de Outubro de forma a libertar a próxima fatia de 2 mil milhões de euros prevista no memorando.

 

Tsakalotos disse à saída da reunião que as autoridades helénicas tudo farão para alcançar as metas estabelecidas, até porque, como avisou Dijsselbloem, só depois disso, presumivelmente em finais de Outubro, será possível acordar um novo conjunto de "etapas" que permitam libertar "mil milhões de euros adicionais".

Na conferência de imprensa que se seguiu à cimeira de hoje, a palavra "etapas" foi talvez aquela que Jeroen Dijsselbloem mais vezes repetiu. Definir e cumprir essas etapas "é crucial", avisa o também responsável pelas Finanças da Holanda.

 

Pelo seu lado, segundo escreve a Bloomberg, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está reticente quanto à capacidade de Atenas cumprir dentro as condições exigidas pelos credores. A instituição dirigida por Christine Lagarde só participará financeiramente naquele que é o terceiro resgate em cinco anos de que a Grécia beneficia mediante duas condições: A validação da primeira avaliação periódica e a disponibilidade da Comissão Europeia e do BCE para discutir aquilo que o FMI considera ser a "insustentável dívida pública grega".

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