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Empréstimos bancários "totalmente operacionais" na zona euro
Benoît Coeuré, membro do Conselho Executivo do BCE, afirmou esta sexta-feira que os empréstimos bancários na zona euro estão "totalmente operacionais" depois de anos de fragmentação, e a nova ronda de empréstimos a baixo custo visa "proteger esta conquista".
"Atualmente, o canal de empréstimos bancários na zona euro está totalmente operacional após anos de fragmentação", afirmou hoje Benoît Coeuré, ao discursar num simpósio no Banco de França, por ocasião do 20.º aniversário do euro, com o mote "A zona euro: Manter o rumo no meio das incertezas".
O responsável frisou que a nova série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas ao apoio ao crédito bancário foi concebida para proteger esse desempenho.
"Para salvaguardar esta conquista, decidimos na nossa última reunião de política monetária em março lançar uma nova série de operações de refinanciamento de prazo alargado, "TLTRO-III", que começará em setembro próximo, disse o responsável do Banco Central Europeu (BCE).
Mas Coeuré frisou que, "para lidar com as vulnerabilidades subjacentes e reforçar os canais de crédito e partilha de riscos, precisamos urgentemente de avançar na conclusão da união bancária e iniciar a união dos mercados de capitais".
O membro do Conselho Executivo do BCE argumentou ainda que "os mercados financeiros que conseguem absorver os choques de modo eficiente reduzem a necessidade de [medidas de] estabilização macroeconómica".
Na mesma ocasião, Coeuré afirmou que as expectativas de inflação de médio prazo permanecem próximas de níveis consistentes com a estabilidade de preços.
Recorde-se que o BCE tem uma meta de cerca de 2% para a inflação na zona euro, de modo a garantir a estabilidade de preços. O mesmo é dizer que é sua missão evitar períodos de elevada inflação, que conduzem a um menor poder de compra dos consumidores. Mas também é de evitar o inverso, ou seja, a deflação [queda generalizada dos preços] porque num cenário prolongado de descida generalizada dos preços dos bens e serviços, as decisões de consumo são adiadas na expectativa de que os preços desçam ainda mais, afetando negativamente famílias e economia.
O Eurostat divulgou a 15 de março que a taxa anual de inflação subiu 1,5% em fevereiro na zona euro.