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BCE revê em alta inflação para 6,8% e em baixa o crescimento para 2,1%

O Banco Central Europeu reviu em baixa as previsões de crescimento para a Zona Euro e estima agora um valor mais elevado para a inflação no bloco da moeda única.

O Banco Central Europeu quer saber de que forma as instituições financeiras estão preparadas para lidar com choques financeiros e económicos resultantes das alterações climáticas.
Kai Pfaffenbach/Reuters
09 de Junho de 2022 às 13:02
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O Banco Central Europeu (BCE) reviu esta quinta-feira em alta a estimativa de inflação na Zona Euro este ano, prevendo agora um valor de 6,8%. Já o crescimento no bloco da moeda única deverá ficar nos 2,8%, significativamente abaixo dos valores anteriormente estimados (3,7%).

Em relação à inflação, a autoridade monetária projeta que no próximo ano esta desacelere para 3,5% e 2,1% em 2024, ainda acima da meta dos 2%. Estes valores são superiores aos das projeções divulgadas em março, quando o BCE apontava para uma taxa de inflação de 5,1% este ano, de 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024.

Excluindo energia e produtos alimentares, a inflação deverá cifrar-se em 3,3% este ano, 2,8% em 2023 e 2,3% em 2024.

Já no que respeita ao crescimento da economia, o BCE estima que o crescimento do produto interno bruto abrande para 2,1% em 2023 e em 2024. Estas estimativas traduzem revisões significativas em baixa para este e o próximo ano face às projeções de março, enquanto o valor estimado para 2024 é superior ao anteriomente avançado.

Em março, a instituição liderada por Christine Lagarde previa um crescimento de 3,7% este ano, 2,8% no próximo e 1,6% em 2024.

No comunicado após a reunião desta quinta-feira do Conselho de Política Monetária é referido que a inflação em maio voltou a subir de forma expressiva, principalmente devido aos fortes aumentos dos preços na energia e alimentos, em grande medida devido ao impacto da guerra na Ucrânia. No entanto, nota, as pressões inflacionistas alargaram-se e intensificaram-se com fortes subidas nos preços de outros bens e serviços.

Numa nota mais otimista, o BCE aponta que "a moderação dos custos da energia, o alívio das disrupções nas cadeias de abastecimento devido à pandemia e a normalização da política monetária deverão levar a uma redução da inflação".

Invasão russa leva a corte de quase um ponto no PIB
A invasão russa da Ucrânia é o principal fator para a revisão em baixa de quase um ponto percentual (0,9 pontos) na estimativa do BCE para o crescimento da economia da Zona Euro este ano.

"[A invasão] está a perturbar o comércio, a causar escassez de materiais e contribui para preços mais elevados de energia e 'commodities'", detalha o comunicado. "Estes fatores continuarão a pesar na confiança e a enfraquecer o crescimento, especialmente no curto prazo", considera o BCE. 

"No entanto", sublinha a autoridade monetária, "existem condições para que a economia continue a crescer graças à reabertura da economia, ao forte mercado laboral, aos apoios públicos e às poupanças alcançadas durante a pandemia".

"Quando estes ventos contrários se dissiparem, a atividade económica deverá acelerar novamente", conclui.
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