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BCE mantém taxas de juro mas aponta para subida em julho. Compras líquidas de dívida acabam a 1 de julho

O BCE decidiu manter inalteradas as taxas de juro diretoras, confirmando no entanto a possibilidade de aumentos em julho e setembro. Compras líquidas de dívida acabam no dia 1 de julho.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, frisou que estará atenta aos dados e que as decisões mantêm flexibilidade na política.
Ronald Wittek/Pool via EPA
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O Conselho de Política Monetária do Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalteradas as taxas de juro diretoras, confirmando no entanto a possibilidade de um aumento de 25 pontos base na reunião de julho e outro aumento (não quantificado) em setembro, conforme já tinha sido avançado pela presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde.

O BCE confirmou ainda, e em conformidade com o apontado no último encontro em abril, que vai acabar com as compras líquidas de dívida pública e privada no âmbito do programa regular de aquisições (APP). Mas agora indica uma data concreta.

 

 "O Conselho dos Governadores decidiu encerrar as compras líquidas de ativos sob seu programa de compra de ativos (APP) a partir de 1 de julho de 2022. O Conselho pretende continuar a reinvestir, integralmente, os principais pagamentos de títulos vencidos comprados sob o APP por um longo período de tempo após a data em que começa a elevar as principais taxas de juros do BCE e, em qualquer caso, pelo tempo necessário para manter amplas condições de liquidez e uma postura de política monetária adequada", pode ler-se no comunicado publicado esta quinta-feira na página oficial da autoridade monetária.

Lagarde responde aos "falcões"

 

A presidente do BCE já tinha dito que julho é o momento em que irá subir juros pela primeira vez em mais de uma década, esperando que a taxa dos depósitos (a única que está negativa, em -0,5%) deva passar a positiva em setembro, mas agora aponta para datas concretas em que os juros podem ser aumentados. Apesar de mais altas que as dos depósitos, todas as taxas de juro do BCE estão atualmente em mínimos históricos: a principal taxa de refinanciamento está em 0% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%.

 

Vários membros do conselho – conhecidos como "falcões" ou "hawks" em inglês – já pediram uma estratégia mais agressiva. É o caso dos governadores Klaas Knot, do Banco Central dos Países Baixos, e Robert Holzmann, da Áustria. No comunicado, o BCE responde a este apelo sinalizando uma primeira subida das taxas de juro em 25 pontos base em julho e um aumento (não quantificado em setembro). A autoridade monetária abre ainda a porta a outras subidas até ao final do ano, mas garante gradualismo nestes aumentos.

 

"Olhando mais para a frente, o Conselho espera subir novamente as principais taxas de juros do BCE em setembro. A calibração deste aumento  dependerá da perspetiva atualizada sobre a inflação a médio prazo. Se a perspetiva de inflação a médio prazo persistir ou se deteriorar, será apropriado realizar um aumento maior [das taxas de juro em setembro]", explica a nota.

 

Além de setembro, "com base na avaliação atual, o Conselho de Governo prevê um caminho gradual, mas sustentado, de novos aumentos nas taxas de juros em consonância com a meta a médio prazo de [reduzir a inflação a] 2%", avança o BCE.

BCE pronto "para ajustar instrumentos com flexibilidade"

 

Durante a conferência de imprensa à margem da última reunião do Conselho de Governadores, em abril, e confrontada com o avanço dos preços e das yields na Zona Euro, a presidente do BCE recordou que no passado "a flexibilidade serviu-nos bem" e garantiu que a criação de novos instrumentos para travar o impacto da escalada da inflação e um agravamento dos juros das dívidas está entre as possibilidades para a autoridade monetária.

 

Agora, o Conselho de Governadores voltou a sublinhar a necessidade da "flexibilidade" e mais uma vez deixou a porta aberta a uma ferramenta específica . "O Conselho está pronto para ajustar todos os seus instrumentos, incorporando a flexibilidade, para garantir que a inflação estabilize na meta dos 2% a médio prazo", pode ler-se no comunicado.

 

"A pandemia demonstrou que, sob condições de stress, a flexibilidade na conceção e condução das compras de ativos ajudou a alcançar os objetivos. Dentro do mandato do BCE, sob condições de stress, a flexibilidade continuará a ser um elemento de política monetária", assegura a autoridade monetária da Zona Euro.

 

 

 

 

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