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Após duas votações, Itália continua sem novo presidente

Bersani deverá deixar cair o seu primeiro candidato, já que deputados dos partidos da sua coligação votaram contra a eleição de Franco Marini, no que é visto como uma derrota pesada para o líder de centro-esquerda mais votado nas últimas legislativas.

Bloomberg
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Após duas votações no Parlamento italiano, não foi ainda nomeado nenhum presidente do país, com Lier Luigi Bersani a sofrer uma revolta dentro da sua coligação, por ter feito um acordo com Berlusconi para a escolha de Franco Marini.

 

A eleição do Presidente de Itália é feita através dos votos conjuntos dos deputados, senadores e delegados regionais. No total são 1.007 votos, sendo necessário reunir 672 votos favoráveis para se ser eleito, o que Franco Marini não conseguiu na primeira votação do dia (ficou-se pelos 521).

 

Na segunda votação, realizada esta tarde, os deputados que antes tinham apoiado Marini, optaram por votar em branco, uma prática que de acordo com fontes citadas pela Reuters serviu para que o candidato não obtivesse outro resultado humilhante.  

 

A agência Reuters acrescenta que os resultados das duas votações representam “uma chapada na cara” para Bersani, pois a sua coligação mostra-se dividida. Muitos deputados da coligação de centro-esquerda de Bersani terão votado no candidato do partido 5 estrelas, em protesto contra a escolha de Marini, que resultou de um acordo com Berlusconi. “Marini era o candidato que unia o centro-direita, não o centro-esquerda”, afirmou Nichi Vendola, líder de um dos partidos mais à esquerda que integra a coligação de Bersani.

 

Perante este cenário, Bersani já deu a entender que deverá desistir de Marini como seu candidato, afirmando que irá agora reunir com os responsáveis dos partidos da coligação que lidera, sendo que a eleição “entrou numa nova fase”.

 

Próximo presidente decisivo para desbloquear impasse

 

Para se ser eleito Presidente de Itália é preciso reunir uma maioria de dois terços, ou seja 672 votos a favor, nas primeiras três votações no Parlamento, sendo que ocorrem duas rondas de votação todos os dias. Se no final das primeiras três votações nenhum candidato conseguir arrecadar os votos necessários, passa a ser preciso apenas conseguir uma maioria simples. A terceira votação está agendada para sexta-feira de manhã.

 

Franco Marini, com 80 anos, é membro do Partido Democrático (PD) e foi presidente do Senado entre 2006 e 2008. No início de 2008, Romano Prodi, então primeiro-ministro, foi alvo de uma moção de censura, tendo esta sido aprovada. O Presidente italiano era Giorgio Napolitano, que termina agora em Maio o seu último mandato. Napolitano pediu naquela altura a Marini para constituir um governo interino. Marini considerou que não reunia o consenso político necessário, depois de se reunir com os líderes dos partidos de direita (Silvio Berlusconi e Gianfranco Fini). Napolitano decidiu então dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.

   

A escolha do Presidente italiano assume actualmente uma importância fulcral para o país, uma vez que as eleições legislativas, que decorreram no final de Fevereiro, não deram maioria governativa a nenhum partido ou coligação. Pier Luigi Bersani foi o líder que mais votos conseguiu, mas, falhou a missão de reunir um consenso político que lhe desse maioria absoluta no Parlamento. O próximo Presidente italiano terá a missão de resolver este impasse político, que poderá passar pela convocação de eleições, algo que Napolitano não pode fazer, uma vez que a legislação italiana não permite que o um Presidente convoque eleições nos últimos cinco meses de mandato.

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