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António Costa ao El País: Saída de Dijsselbloem “é uma questão de tempo” e revela apoio Luis de Guindos

O primeiro-ministro português deu uma entrevista ao jornal espanhol El País onde defende que a saída de Jeroen Dijsselbloem do Eurogrupo “é uma questão de tempo”. António Costa diz ainda que se Luis de Guindos “estiver disponível” Portugal apoiará a sua ida para a liderança do Eurogrupo.

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Abril de 2017 às 08:05
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António Costa, primeiro-ministro português, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País onde defende que a saída de Jeroen Dijsselbloem do Eurogrupo "é uma questão de tempo".

"É uma questão de tempo; o senhor está de passagem, o que vai ficar é a necessidade de reforçar o euro, a política monetária comum", respondeu quando questionado se continua a pensar que Dijsselbloem deveria demitir-se. Sobre este tema, o Negócios avança na edição desta terça-feira, 11 de Abril, que Dijsselbloem assegura que, na última reunião do Eurogrupo, nenhum país – incluindo Portugal – pediu a sua demissão nem sugeriu que se procurasse um sucessor. As Finanças não desmentem a versão do ministro holandês.

Além disso, já esta segunda-feira, o primeiro-ministro português classificou como "insuportáveis" as palavras de Jeroen Dijsselbloem sobre os países do sul da Europa, mas considerou que o importante, agora, é melhorar o euro, porque o presidente do Eurogrupo "está de passagem".

António Costa ao El País refere ainda que a necessidade de reforçar a moeda única e, no fundo, a política monetária comum, "é o maior desafio da União Europeia". "Temos que fazer um esforço de conhecermos mais, [e saber] que apenas juntos podemos enfrentar o futuro; por isso o presidente do Eurogrupo tem de ter alguma capacidade para construir pontes e [não ser] um factor de divisão. Esse é o problema de Dijsselbloem; não é o mau gosto da sua versão pessoal sexista e racista, o pior é que debilita uma função central na Europa, por isso temos que ter um presidente que una a todos e não um factor de divisão".

Questionado se o substituto do actual presidente do Eurogrupo poderia ser o espanhol Luis de Guindos, António Costa não teve dúvidas ao afirmar "claramente". Sobre o ministro espanhol disse que é uma pessoa que "tem uma visão global da Europa, a capacidade de fazer pontes entre as diferentes economias, entre as diferentes famílias políticas, vem de um grande país mas compreende os pequenos, vem da terceira economia com maior crescimento mas sabe dos sacrifícios passados… Se De Guindos estiver disponível, seria o nosso candidato", disse ainda.

Com este apoio, o primeiro-ministro deixa assim cair a possibilidade de Mário Centeno ser um candidato ao cargo, um cenário que de acordo com a imprensa tinha ganho força nos úlitmos tempos. António Costa já tinha dito que o ministro das Finanças Mário Centeno "seria um excelente presidente do Eurogrupo", mas que esse cenário não está nas "prioridades" do Governo português. Segundo escreveu o jornal Público esta segunda-feira, 10 de Abril, o Executivo socialista ainda não tinha fechado a porta a essa possibilidade, que depende de alguns factores externos. Desde logo, o momento da escolha. É que o actual presidente, Jeroem Dijsselbloem, foi derrotado nas eleições holandesas, mas a formação de um novo Governo pode demorar alguns meses e adiar a saída do Eurogrupo para o Outono.

Em relação ao Brexit, António Costa defende que "o importante é que no final tenhamos com o Reino Unido a melhor relação". "É importante que as negociações do Brexit se desenvolvem com uma grande amizade. No final temos de ser os melhores aliados, os sócios mais próximos e os amigos mais próximos". O primeiro-ministro salienta também que a saída do Reino Unido da União Europeia "é uma oportunidade para receber em Portugal empresas do Reino Unido que queiram ficar" na UE.

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