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Tusk e Juncker consideram que não alargamento à Albânia e Macedónia é "erro histórico"

No final daquele que deverá ser o último Conselho Europeu de Tusk e Juncker, os dois dirigentes europeus foram muito críticos pela decisão de não abertura de negociações de adesão da Macedónia e da Albânia à União Europeia.

Reuters
18 de Outubro de 2019 às 14:53
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A conferência de imprensa que deu por finalizado o Conselho Europeu que decorreu, nos últimos dois dias, em Bruxelas, foi mais emotiva do que o habitual e feita com também pouco habituais duras críticas dirigidas a alguns Estados-membros da União Europeia. 

No final daquela que, em princípio, terá sido a última cimeira europeia com a participação dos ainda presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, respetivamente Donald Tusk e Jean-Claude Juncker, os dois dirigentes europeus teceram fortes críticas à decisão da UE não encetar negociações de adesão da Macedónia e da Albânia ao bloco europeu. 

"Em maio de 2020, a UE voltará à questão da Albânia e da Macedónia", garantiu Tusk lamentando que as negociações não possam ser já iniciadas. "Por favor não desistam. Entendo perfeitamente a vossa frustração", prosseguiu o polaco notando que a União "é uma entidade política complexa que, por vezes, demora tempo demais para decidir". 

Tusk mostrou-se "envergonhado" por aquilo que não considera ser um falhanço, mas um "erro histórico" que consiste no não apoio aos governos albanês e macedónio, países que "passaram os exames" necessários à adesão. "Não posso dizer o mesmo dos nossos Estados-membros", acrescentou sem nomear países, embora deixando ficar implícito estar a referir-se a capitais como Budapeste ou Varsóvia, onde as regras do Estado de direito não têm sido plenamente asseguradas. 

"Tenho a certeza de que um dia vocês serão membros de pleno direito da UE", disse ainda Donald Tusk considerando como positivo o facto de haver uma "maioria esmagadora" de 24 ou 25 Estados-membros determinados a promover a adesão daqueles dois países.


Mais conciso mas não menos duro, Jean-Claude Juncker recordou ter sido a própria União a "encorajar esses países" e a fazer "promessas públicas". "Se queremos ser respeitados, temos de cumprir as nossas promessas", concluiu o luxemburguês que se emocionou ao ponto de ficar com a voz embargada na despedida após cinco anos como líder do órgão executivo comunitário. 

"Continuarei orgulhoso até o final da minha vida por ter servido a Europa", declarou Juncker visivelmente emocionado.

 
Apelo a uma rápida negociação do próximo orçamento da UE

Tusk e Juncker abordaram ainda o próximo quadro financeiro plurianual (QFP, 2021-27) da UE, outras das questões tratadas nesta cimeira. O polaco confirmou que este é um tema que "vai continuar a ser discutido nos próximos meses", enquanto o luxemburguês sinalizou a "obrigação de se concluir rapidamente este debate" de modo a evitar que o atual orçamento de longo prazo termine sem que esteja pronto para entrar em vigor o subsequente QFP, o que poderia pôr em causa o financiamento de diversos projetos da UE tais como o programa Erasmus. 

Em 2018, a Comissão Europeia apresentou uma proposta para o próximo orçamento comunitário num valor global de 1,135 biliões de euros (preços de 2018), assente em contribuições nacionais de 1,11% do rendimento nacional bruto (RNB) de cada Estado-membro. No entanto, a proposta feita pela presidência rotativa da UE, atualmente a cargo da Finlândia, implica uma menor dotação orçamental visto que sugere um intervalo para as contribuições entre 1,03% e 1,08%.

Juncker avisou que a proposta feita pela Comissão é "justa" na medida em que é capaz de combinar as políticas anteriores com as novas, deixando no ar a ideia de que com menos dinheiro Bruxelas poderá não ter capacidade para responder aos novos desafios. 

Sobre a situação na Síria, Donald Tusk foi cáustico: "O cessar-fogo não é o que esperávamos, na verdade não é um cessar-fogo", sustentou defendendo que o compromisso firmado entre o presidente turco e o vice-presidente norte-americano, Mike Pense, não passa de uma exigência de "capitulação dos curdos" que vivem no norte da Síria.

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