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Tajani envia carta de protesto a Dijsselbloem

Convidado a comparecer no plenário do Parlamento Europeu amanhã, dia 4 de Abril, Jeroen Dijsselbloem rejeitou o convite, alegando indisponibilidade de agenda. Antonio Tajani não gostou.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 03 de Abril de 2017 às 18:55
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O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani (na foto), e eurodeputados de vários grupos políticos criticaram a recusa do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, para participar em debates na assembleia representativa dos cidadãos europeus. Segundo um comunicado do Parlamento Europeu enviado às redacções, Tajani anunciou que vai enviar uma "carta formal de protesto a Dijsselbloem manifestando a condenação unânime do Parlamento Europeu". 


"O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declinou mais uma vez o nosso convite para participar num debate em plenário sobre a Grécia", lamentou o presidente do PE na abertura da sessão plenária que teve início nesta segunda-feira em Estrasburgo. Apesar de não haver uma "obrigação jurídica" para que o presidente do Eurogrupo tome a palavra em plenário, quando se pedem tantos sacrifícios aos cidadãos europeus deve aceitar-se o convite para falar perante os seus representantes, disse Antonio Tajani. Ainda de acordo com o mesmo comunicado, vários eurodeputados foram "reiterados os apelos à demissão de Dijsselbloem e sugerido que fosse declarado 'persona non grata' no PE".


Convidado no final da semana passada a comparecer no plenário do Parlamento Europeu amanhã, dia 4 de Abril, Jeroen Dijsselbloem rejeitou o convite por indisponibilidade na data em questão. 

"Obrigado pelo convite", agradeceu Dijsselbloem em carta enviada para o Parlamento Europeu acrescentando que, citado pelo El País, "infelizmente já não estou disponível nessa data". Os eurodeputados pretendiam confrontar o holandês com as declarações e subsequentes pedidos de demissão. O próprio presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, condenou os "comentários inaceitáveis" considerando estarem carregados de "preconceitos e estereótipos".

 

Este é o mais recente episódio da polémica que estalou há duas semanas depois de Jeroen Dijsselbloem ter afirmado, numa entrevista concedida a um jornal alemão, que "eu não posso gastar o meu dinheiro todo em copos e mulheres e pedir-lhe de seguida a sua ajuda". Palavras proferidas depois de o holandês ter primeiramente falado na solidariedade dos países do Norte demonstrada relativamente à Zona Euro.

 

António Costa, primeiro-ministro português foi dos primeiros a pedir o afastamento do presidente do Eurogrupo. Responsáveis do grupo socialista europeu, a que pertence o partido de Dijsselbloem e o de Tajani, fizeram idêntico apelo, assim como vários membros do Partido Popular Europeu (PPE).

O estalar do verniz foi aproveitado por Espanha para recolocar Luis de Guindos, ministro espanhol das Finanças, na esteira da presidência do Eurogrupo. Guindos perdeu a votação para Dijsselbloem, em 2015. O actual segundo mandato europeu de Dijsselbloem termina em Janeiro de 2018.

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