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Schäuble reconhece necessidade de transferência entre mais ricos e pobres do euro

O responsável germânico das Finanças afirma, em entrevista à Der Spiegel, que "uma união não pode existir se os membros fortes não responderem pelos mais fracos,"

16 de Abril – Schäuble em entrevista à Bloomberg TV
“Temos responsabilidades para com a Grécia e não vamos desconsiderar essa solidariedade. Está tudo nas mãos da Grécia”.
12 de Maio de 2017 às 18:40
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O ministro alemão das Finanças admite que é necessário assegurar transferências financeiras dos países mais ricos para os mais pobres da Zona Euro, numa visão que vai ao encontro da do presidente eleito de França, Emmanuel Macron.

Em declarações à revista Der Spiegel a três dias do encontro entre Macron e a chanceler alemã Angela Merkel, Wolfgang Schäuble considerou ser necessário "algum equilíbrio" para construir uma comunidade com países que têm níveis diferentes de desenvolvimento.

"Isso está reflectido no orçamento europeu e nos programas de resgate, por exemplo, e é por isso que há contribuintes líquidos e beneficiários líquidos na Europa. Uma união não pode existir se os membros fortes não responderem pelos mais fracos," respondeu quando questionado sobre se Macron está correcto ao defender uma "união de transferências."

Schäuble disse ainda que para que a Europa seja mais forte será necessário reforçar primeiro cada um dos países – como França, Itália e Alemanha – individualmente. E que cabe à Comissão Europeia definir as regras orçamentais, mesmo em relação a França, que continua a apresentar défices acima do limite de 3% estabelecido nas regras comunitárias – prevendo que fique nos 3% este ano e nos 3,2% no ano que vem.

"França consegue fazê-lo," afirma Schäuble na entrevista que será publicada este sábado, quando questionado sobre a capacidade do país para reduzir o défice. 

Já a chanceler alemã recordou, numa intervenção em Dusseldorf ao final da tarde desta quinta-feira, que a Alemanha e a França estavam praticamente ao mesmo nível em termos de performance económica em 2003, antes de o antigo chanceler Gerard Schroeder ter implementado uma reforma na área laboral.


"Não é que os alemães sejam melhores. Significa que a França também pode fazê-lo," insistiu Merkel, utilizando a mesma expressão que o seu ministro das Finanças, defendendo ainda a existência de um orçamento separado para a Zona Euro que possa ajudar a suportar o esforço despendido nas reformas económicas necessárias.


"Podemos financiar mais do que actualmente fazemos para ajudar temporariamente estes países. (…) Falarei com [Emmanuel] Macron sobre como podemos reforçar a Zona Euro e desenvolver reformas com um impacto rápido no mercado de trabalho," acrescentou. 

(Notícia actualizada às 21:22 com declarações de Angela Merkel)

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