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Não repor Schengen pode levar a perdas de 18 mil milhões por ano

A estimativa é feita pela Comissão Europeia, que espera ter a integridade do controlo de fronteiras reposta até ao final do ano. Já a 12 de Maio, a Grécia enfrenta o primeiro teste ao seu sistema de gestão de entradas na UE.

04 de Março de 2016 às 14:13
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Bruxelas quer que os termos do acordo de Schengen estejam repostos integralmente no terreno até ao final deste ano, sob pena de a continuação de excepções ao controlo fronteiriço desencadeadas com a crise dos refugiados vir a impor custos de até 18 mil milhões de euros por ano para os países da União Europeia.


A Comissão Europeia apresentou esta sexta-feira, 4 de Março, um plano que pretende ser uma "abordagem coordenada" para essa normalização, que levará nos próximos nove meses ao fim dos controlos temporários internos introduzidos por oito países, além de prever a continuação dos contactos com a Turquia para evitar a saída de mais migrantes e refugiados para o espaço europeu.


O plano prevê um calendário de implementação, prevendo que dentro de menos de duas semanas, a 16 de Março, a Comissão apresente o primeiro relatório sobre realocação de refugiados e, até Setembro, a Guarda Costeira e Fronteiriça Europeia esteja totalmente operacional.


Até ao restabelecimento total de Schengen, os Estados-membros podem ainda recusar receber pessoas que não satisfaçam as condições de entrada previstas no acordo e que não tenham pedido asilo. Por outro lado, as pessoas que peçam protecção na entrada na União não podem escolher o Estado de destino.

Enquanto o sistema não estiver totalmente reposto, a UE arrisca custos anuais de 5 a 18 mil milhões de euros. 


Já a Grécia, que tem sido criticada pela forma como tem lidado com o fluxo de imigrantes – nomeadamente não registando as entradas em território europeu, infringindo o previsto nas regras do acordo de Dublin -, fica obrigada a reportar mensalmente os progressos na implementação das acções identificadas na recomendação feita pelos parceiros europeus.


Até sábado da próxima semana, 12 de Março, Atenas tem de apresentar o seu plano de acção com a identificação das suas necessidades e, um mês depois, a Comissão dará o seu parecer. Se a 12 de Maio, as "deficiências" identificadas se mantiverem, o Conselho pode suspender - por seis meses e renovável por iguais períodos até dois anos - a participação da Grécia no espaço Schengen, reintroduzindo o controlo de fronteiras.


"O nosso objectivo é pôr novamente Schengen em ordem, o que acontecerá com coordenação, solidariedade e reforço dos nossos recursos mútuos", afirmou esta sexta-feira em Paris o presidente francês François Hollande, numa conferência de imprensa conjunta com a chanceler alemã Angela Merkel.

Este ano, mais de 135 mil pessoas chegaram à Europa, sobretudo através da Grécia. No ano passado, mais de um milhão de pessoas, entre refugiados e migrantes, entraram no espaço europeu.

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