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Mulheres “devem ganhar menos que os homens porque são mais fracas”? Parlamento Europeu abre inquérito

Janusz Korwin-Mikke, um eurodeputado polaco de extrema-direita, afirmou ontem que as mulheres "são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes e devem ganhar menos". O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, abriu um inquérito.

Ryszard Hołubowicz
02 de Março de 2017 às 16:00
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O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, lançou esta quinta-feira um inquérito ao eurodeputado polaco da extrema-direita, Janusz Korwin-Mikke (na foto), depois de este ter feito afirmações consideradas sexistas na câmara dos deputados europeus.

"Sabe que lugares ocupavam as mulheres nas Olímpiadas gregas? A primeira mulher, digo-lho, ficou em 800.º lugar. Sabe quantas mulheres há entre os primeiros cem jogadores de xadrez? Eu digo-lhe: nenhuma. É claro que as mulheres devem ganhar menos do que os homens porque são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes e devem ganhar menos, é tudo," afirmou esta quarta-feira à noite Kowin-Mikke, em declarações que foram difundidas nas redes sociais.


As afirmações do deputado independente mereceram depois resposta da eurodeputada espanhola Iratxe Garcia Pérez, que disse falar pelas "mulheres europeias":


"Olhe, senhor deputado, segundo o senhor, segundo as suas teorias, eu não teria o direito de estar aqui, como deputada, e sei que lhe dói e lhe preocupa que hoje as mulheres possam estar a representar os cidadãos em igualdade de condições consigo. Venho aqui defender as mulheres europeias de homens como o senhor," afirmou a parlamentar da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas.


De acordo com o Politico, Kowin-Mikke é um eurocéptico e pró-Putin, conhecido pelas suas intervenções polémicas, nomeadamente contra as mulheres. O El País fala de um defensor da monarquia e da pena de morte, que foi candidato às presidenciais no seu país.

Já por duas vezes (em 2012 e 2015) foi alvo de suspensão e multa no Parlamento Europeu, primeiro por comentários contra os negros e por ter feito a saudação nazi dentro do plenário. O novo inquérito, aberto hoje, consta de um comunicado emitido pelo Parlamento Europeu.


No âmbito do inquérito, que Tajani abriu depois de assistir a imagens das declarações, Korwin-Mikke arrisca-se a penalizações que vão desde uma admoestação até uma multa ou suspensão temporária de funções.
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