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Moscovici: "Trump é uma chamada de atenção" para a desigualdade na Europa

A Comissão Europeia está apostada em promover uma nova onda de reformas estruturais que possam ser melhor recebidas pela população europeia, garantindo mais crescimento e menos desigualdade, defendeu o comissário.

Reuters
10 de Novembro de 2016 às 12:19
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A eleição de Donald Trump tem de servir como uma chamada de atenção para a Europa, em particular para os elevados níveis de desigualdade e para o sentimento crescente entre muitos europeus de que foram deixados para trás no processo de globalização. Esta é a leitura de Pierre Moscovici, o Comissário Europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, sobre a recente eleição nos EUA, num momento em que partidos nacionalistas ganham terreno no Velho Continente.

 

A eleição de Donald Trump "é uma chamada de atenção", ainda mais forte que a que já tinha sido dada pelo "Brexit" e temos de "tirar lições", defendeu Pierre Moscovici, numa sessão sobre reformas estruturais organizada pelos serviços da Comissão com a participação de jornalistas de vários países da União. "Esta eleição foi possível porque muitas pessoas sentiram que foram deixadas para trás pela globalização".

 

"A questão da desigualdade tem de voltar ao topo das prioridades" das políticas da União Europeia e dos Estados-membros. Só assim se reduzirá a desconfiança crescente da população em relação às elites, defendeu o responsável europeu: "Se não formos capazes de lidar com isto, iremos sofrer ainda mais com a distância entre as elites e os cidadãos".

 

Para garantir que não há Trumps na Europa, Moscovici defende que as políticas orçamental e monetária têm de continuar a apoiar a retoma, mas é também necessário um outro tipo de reformas estruturais. O tempo de desvalorização salarial ficou para trás, chegou o tempo de apostar no capital humano e na produtividade das economias.

 

"É por isso que falo de uma segunda geração de reformas estruturais [...] Precisamos de estar mais próximos da população", defende.

 

Na sua intervenção, Moscovici propôs que "para reforçar a actual fase de recuperação" se aposte em "reformas estruturais ligadas a melhorias de capital humano e inovação [que] tendem a ser melhor aceites, pois são percebidas como sendo mais justas", defendeu, considerando que a "produtividade tem de ser a palavra-chave" e que "produtividade tem essencialmente a ver com capital humano", mas também com mais inovação.

 

Nas prioridades da Comissão estão ainda a famosa flexisegurança – mais flexibilidade laboral, mas com mais apoios sociais – e melhorias na avaliação e gestão da despesa pública, que permitirão equilibrar as contas sem mais austeridade, defendeu Moscovici.

 

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