Notícia
Münchau: "Independência da Catalunha seria muito pior que versão mais extrema do Brexit"
O maior impacto seria económico e faria regressar a crise à Zona Euro, defende o colunista do Financial Times. Sector financeiro seria o mais atingido.
A declaração de independência da Catalunha e a sua separação de Espanha teriam efeitos ainda piores para a Europa do que a saída do Reino Unido da União Europeia, a começar pela Zona Euro, de onde os catalães seriam automaticamente excluídos.
Quem o defende é Wolfgang Münchau, director do Eurointelligence e colunista do Financial Times que acredita, num artigo escrito no jornal britânico, que esta saída levaria à queda do sistema bancário e faria regressar a crise económica e financeira à Zona Euro.
"O principal argumento contra a crise é económico. (...) O que torna a independência dos catalães muito pior que a versão mais extrema do Brexit é a saída forçada imediata da Zona Euro. (...) O Catalexit seria um regresso repentino e dramático à crise da Zona Euro. O sistema bancário de uma das regiões mais ricas do mundo colapsaria", escreve.
É por isso - acrescenta - que CaixaBank e Sabadell decidiram no final da semana passada mudar as suas sedes para fora de território catalão, o que no caso de uma declaração unilateral de independência lhes garantirá que continuam a ter acesso a financiamento por parte do Banco Central Europeu e do Banco de Espanha.
Münchau refere ainda que, em teoria, a Catalunha poderia adoptar unilateralmente o euro como moeda, mas que a sua elevada dimensão económica torná-lo-ia difícil. Por outro lado, o território não está preparado para introduzir a sua própria moeda no dia seguinte a uma possível independência.
"Seria uma loucura tentar gerir uma economia tão grande e desenvolvida sem um banco central. (...) Podemos ir mais longe e argumentar que a presença de uma união monetária torna impossível uma independência regional" sustenta o colunista.
Mas há mais consequências além da monetária: persistem dúvidas sobre a permanência do possível novo país na União Europeia. A saída levaria à perda da cidadania espanhola e da UE por parte dos catalães, tornaria a fronteira externa da Catalunha fortemente controlada face ao resto da Europa e ao espaço Schenghen obrigando os cidadãos a pedirem vistos para viajar, defende.
E Catalunha perderia ainda o direito a taxas alfandegárias reduzidas a que tem direito pela pertença de Espanha à Organização Mundial do Comércio, acrescenta. "O argumento mais forte contra a independência da Catalunha nesta fase é a total falta de preparação," resume o colunista.
Sem tomar partido por nenhum dos lados, considera uma má opção o recurso à força para travar a independência, o que reforçará a vontade de separatismo. E assume que a situação pode provocar uma "insurreição geral e possíveis conflitos violentos" se o governo de Mariano Rajoy vier a usar a "bomba atómica" e activar o artigo 155 da Constituição, que suspende a autonomia da região.
Os alertas de Münchau chegam no dia em que cerca de um milhão de pessoas se manifestaram nas ruas de Barcelona e outras cidades espanholas contra a independência da Catalunha.
Na próxima terça-feira o presidente da autonomia catalã, Carles Puigdemont, deverá comparecer no parlamento da Catalunha, depois de o Tribunal Constitucional ter suspendido uma outra sessão que deveria realizar-se na segunda-feira e onde Puigdemont poderia proferir a declaração unilateral de independência, na sequência do resultado do referendo de domingo passado, considerado ilegal por Madrid.
Quem o defende é Wolfgang Münchau, director do Eurointelligence e colunista do Financial Times que acredita, num artigo escrito no jornal britânico, que esta saída levaria à queda do sistema bancário e faria regressar a crise económica e financeira à Zona Euro.
É por isso - acrescenta - que CaixaBank e Sabadell decidiram no final da semana passada mudar as suas sedes para fora de território catalão, o que no caso de uma declaração unilateral de independência lhes garantirá que continuam a ter acesso a financiamento por parte do Banco Central Europeu e do Banco de Espanha.
Münchau refere ainda que, em teoria, a Catalunha poderia adoptar unilateralmente o euro como moeda, mas que a sua elevada dimensão económica torná-lo-ia difícil. Por outro lado, o território não está preparado para introduzir a sua própria moeda no dia seguinte a uma possível independência.
"Seria uma loucura tentar gerir uma economia tão grande e desenvolvida sem um banco central. (...) Podemos ir mais longe e argumentar que a presença de uma união monetária torna impossível uma independência regional" sustenta o colunista.
Mas há mais consequências além da monetária: persistem dúvidas sobre a permanência do possível novo país na União Europeia. A saída levaria à perda da cidadania espanhola e da UE por parte dos catalães, tornaria a fronteira externa da Catalunha fortemente controlada face ao resto da Europa e ao espaço Schenghen obrigando os cidadãos a pedirem vistos para viajar, defende.
E Catalunha perderia ainda o direito a taxas alfandegárias reduzidas a que tem direito pela pertença de Espanha à Organização Mundial do Comércio, acrescenta. "O argumento mais forte contra a independência da Catalunha nesta fase é a total falta de preparação," resume o colunista.
Sem tomar partido por nenhum dos lados, considera uma má opção o recurso à força para travar a independência, o que reforçará a vontade de separatismo. E assume que a situação pode provocar uma "insurreição geral e possíveis conflitos violentos" se o governo de Mariano Rajoy vier a usar a "bomba atómica" e activar o artigo 155 da Constituição, que suspende a autonomia da região.
Os alertas de Münchau chegam no dia em que cerca de um milhão de pessoas se manifestaram nas ruas de Barcelona e outras cidades espanholas contra a independência da Catalunha.
Na próxima terça-feira o presidente da autonomia catalã, Carles Puigdemont, deverá comparecer no parlamento da Catalunha, depois de o Tribunal Constitucional ter suspendido uma outra sessão que deveria realizar-se na segunda-feira e onde Puigdemont poderia proferir a declaração unilateral de independência, na sequência do resultado do referendo de domingo passado, considerado ilegal por Madrid.