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Merkel: Acordo de comércio livre entre México e UE é “grande oportunidade”

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu, na sexta-feira, no México, que a renegociação do acordo de comércio livre entre aquele país e a União Europeia constitui uma "grande oportunidade".

A chanceler alemã simboliza, ao nível dos principais líderes mundiais, a antítese da política de imigração de Donald Trump. Enquanto o novo Presidente quer travar a sua entrada, Angela Merkel acolheu centenas de milhares. A Alemanha tem sido um alvo tanto pelo seu papel dominante na União Europeia como pelas exportações para os EUA. BMW e Mercedes também já foram visadas por Trump.
reuters
10 de Junho de 2017 às 10:19
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"Nós não temos um acordo global e é uma grande oportunidade", declarou Merkel, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, no arranque de uma visita oficial ao México, a segunda ao país desde 2008.


Este acordo de comércio livre, que entrou em vigor em 2000, veio permitir a eliminação gradual de barreiras alfandegárias e conduziu a um crescimento das trocas comerciais e dos investimentos entre o México e a União Europeia (UE).


As duas partes encetaram, no ano passado, conversações com vista a dinamizar as trocas comerciais, modernizando o acordo, com Enrique Peña Nieto a pedir o apoio de Angela Merkel para que esse objectivo "possa ser concretizado até ao final do ano".

A renegociação do acordo deve incluir nomeadamente a questão do comércio electrónico e da propriedade intelectual.

O México procura diversificar os seus parceiros comerciais face à incerteza que pesa sobre a sua relação com os Estados Unidos desde a chegada à Casa Branca de Donald Trump.


A visita da chanceler alemã ao México também tem como objectivo ampliar as relações económicas entre os dois países, cujo comércio bilateral ascendeu, no ano passado, a 17,8 mil milhões de dólares norte-americanos.


"A Alemanha é o maior parceiro económico europeu" do México, sublinhou Peña Nieto.


Merkel elogiou o "forte compromisso para com o comércio livre" por parte de Peña Nieto, numa aparente crítica velada à atitude proteccionista do Presidente dos Estados Unidos.


Donald Trump anunciou a revisão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), que junta Estados Unidos, Canadá e México desde 1994, considerando-o demasiado favorável ao seu vizinho do sul.


"Os EUA têm um défice comercial com o México de 60 mil milhões de dólares. Desde o início o NAFTA foi um acordo apenas para um lado, com despedimentos em massa e perdas para as empresas", afirmou Trump, poucos dias depois de chegar à Casa Branca.


Inúmeras empresas alemãs, incluindo fabricantes automóveis, estão estabelecidas no México, beneficiante dessa porta de entrada para o mercado norte-americano, que as isenta de taxas aduaneiras.


Merkel apelou para que os interesses dessas empresas alemãs sejam tidos em consideração durante a renegociação desse tratado que "deverá ter início em Agosto", segundo Enrique Peña Nieto.


Merkel realçou, por outro lado, que a Alemanha "tem todo o interesse em que México e Estados Unidos cooperem bem".


A chanceler alemã, que lidera uma delegação oficial e de empresários, iniciou na sexta-feira uma visita ao México, que termina hoje, procedente da Argentina.

 

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