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May: Eleições "não tornariam aritmética parlamentar mais favorável"

No último discurso que fez antes de ser votado o acordo de saída da UE, a primeira-ministra britânica defendeu que um cenário de novas eleições gerais não garante que com um novo parlamento seja mais fácil alcançar um entendimento sobre o Brexit. Jeremy Corbyn insiste em eleições antecipadas e afiança que se chumbado o acordo de May é possível renegociá-lo.

15 de Janeiro de 2019 às 18:58
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Theresa May insiste que em defesa do interesse nacional os deputados devem aprovar o acordo de saída da União Europeia e Jeremy Corbyn mantém que para desbloquear o processo são necessárias novas eleições que atribuam a um novo governo um mandato renovado que permita a reabertura das conversações com Bruxelas. Ao que a primeira-ministra responde notando que nada garante que a realização de eleições antecipadas "tornaria a aritmética parlamentar mais favorável" à aprovação de um tratado jurídico para o Brexit. 

A primeira-ministra e líder conservadora e o secretário-geral do Partido Trabalhista mantiveram assim inalteradas as respetivas posições na última intervenção parlamentar antes de o acordo de saída ser votado na Câmara dos Comuns, votação que deverá começar nos próximos 30-45 minutos.

Corbyn discorda do acordo em cima da mesa, com o qual o Reino Unido arrisca chegar ao final do período de transição, em 31 de Dezembro de 2020, sem ter já firmado um tratado comercial com a UE, sendo obrigado a prolongar a transição ou ficar preso ao mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa que obriga ao cumprimento das regulamentações comunitárias. 

Por sua vez e face à ampla rejeição ao chamado backstop exigido por Bruxelas como recurso de última instância para evitar uma fronteira rígida entre as duas Irlandas, Theresa May reafirmou que sem este mecanismo de salvaguarda não há acordo possível com a UE.

Mas a primeira-ministra disse estar disponível para ouvir "soluções criativas" que permitam tornar o backstop temporário (com termo previamente definido), uma hipótese que tem sido recusada pela União, prometendo envolver o mais possível os deputados nessa discussão. Ainda antes de terminar, Theresa May apelou diretamente aos parlamentares trabalhistas a que apoiem este acordo e a preferirem a lealdade ao povo britânico em detrimento da que mantêm em relação a Corbyn.

Aqui chegados, nada de substantivo parece ter mudado nem estas intervenções parecem suficientes para alterar o estado de coisas. Tal significa que o cenário mais provável, e mais temido em Bruxelas, vai concretizar-se, com o acordo do Brexit chumbado em Londres. 
 
(Notícia atualizada às 19:15)
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