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Juros de Itália voltam a subir em dia de reunião do Eurogrupo
Os juros da dívida italiana contrariam os recentes movimentos de alívio num dia em que o Eurogrupo se reúne para discutir o braço-de-ferro com o Governo italiano.
Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir depois de três sessões de quebras significativas, no dia em que o Eurogrupo - liderado por Centeno, na foto com o comissário Moscovici e o ministro das Finanças italiano, Tria - se reúne para discutir o rumo a dar à contenda entre Bruxelas e Itália em torno do Orçamento italiano, o qual foi rejeitado pela Comissão.
A reunião do Eurogrupo antecede a data marcada para a submissão de uma versão revista do Orçamento italiano, o dia 13 de Novembro. Apesar da rejeição do plano financeiro para a economia transalpina e dos reiterados avisos de Bruxelas, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, insiste que não tem um plano alternativo para apresentar, recusando ceder às exigências europeias.
Assim que Itália entregar novos documentos à Comissão, esta terá três semanas para publicar a avaliação final da proposta italiana. Esta reacção poderá incluir sanções a Roma, caso o Orçamento entregue desagrade Bruxelas. A penalização pode ir até 0,2% do PIB anual.
Numa entrevista concedida à publicação Financial Times, publicada este fim-de-semana, o vice-primeiro-ministro italiano Di Maio afirma que a "receita" italiana serviria a "toda a Europa" e estimularia o crescimento no Velho Continente. Faz inclusivamente o paralelismo entre o aumento de défice que pretende para o seu próprio país com as políticas económicas que estão a ser implementadas por Donald Trump nos Estados Unidos.
Do outro lado da discórdia, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirma esta segunda-feira que Bruxelas está "a tentar convencer as autoridades italianas que a abordagem que estão a tomar é na verdade contraprodutiva também para a economia italiana", e diz contar com "resultados construtivos" no final das discussões.
Os juros da dívida italiana a dez anos seguem a subir 4,5 pontos base para os 3,365% , tendo chegado a tocar nos 3,391% após uma apreciação de 7 pontos base. Esta evolução contrasta com a verificada nas últimas três sessões, nas quais os juros da dívida transalpina registaram um forte alívio.