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Di Maio acredita que medidas de Itália podem ser aplicadas a toda a Europa
Di Maio acredita que a União Europeia vai deixar cair a política de austeridade e trocá-la por uma abordagem semelhante à de Donald Trump: corte de impostos e mais gastos. E está convencido que o seu Orçamento vai ajudar Itália a crescer.
Luigi Di Maio defende, em entrevista ao Financial Times, o seu Orçamento do Estado, convicto de que o aumento da despesa vai proporcionar mais crescimento económico e melhores condições sociais. Não acredita que Itália venha a ser alvo de sanções da Comissão Europeia e está convencido que a União Europeia abraçará uma política mais parecida com a de Donald Trump: mais gastos e menos impostos.
"Se a receita funcionar aqui, será dito ao nível europeu: devíamos aplicar a receita de Itália a todos os outros países", realçou o líder do Movimento 5 Estrelas, partido que venceu as últimas eleições em Itália, na entrevista ao jornal.
"Não acredito que chegaremos às sanções [da Comissão Europeia]. O procedimento [de défices excessivos] vai ser iniciado mas vai haver uma fase de diálogo"
"Acredito que nos próximos 10 anos, a Europa seguirá" as práticas que estão a ser implementadas pelos Estados Unidos: políticas de redução de impostos e aumento dos gastos. "A economia dos EUA está a crescer 4% com as políticas expansivas de Trump, que toda a gente dizia estar errado. Ele está a aumentar o défice, baixando os imposto e investindo em infraestruturas."
Di Maio reiterou que ninguém em Roma está a pensar sair da Zona Euro, afastando por completo este cenário. "Vamos tatuarmo-nos para explicar à comunidade de investidores que não queremos sair da Zona Euro". O líder do Movimento 5 Estrelas salienta que quando os investidores perceberem que realmente o Governo italiano não tem esse objectivo, os juros da dívida vão voltar a descer.
Di Maio, com 32 anos, defende que o sistema político traiu a sua geração: "Tínhamos direitos sociais em Itália relacionados com a saúde, com a estabilidade no emprego, o direito à educação e à formação, tínhamos direito a uma pensão. Estes direitos foram sacrificados sob o altar da dívida, mas enquanto foram sacrificados a dívida cresceu."
"Há uma classe política [na Europa] que nos últimos anos ficou presa a esta crença: a crença nas políticas de austeridade, que alguns países violaram reiteradamente", afirmou. "É uma classe política comprometida com toda esta teoria económica falhada, e eles sabem-no, mas não podem permitir que alguém a viole porque eles apoiaram-na durante 10, 20 anos, durante todo o período da crise."