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Juncker ameaça apoiar independência do Texas se Trump fizer loas ao Brexit
No último dia do congresso do PPE, o presidente da Comissão Europeia avisou Donald Trump de que se continuar a exortar outros países da UE a seguir o mesmo caminho do Reino Unido, então ele próprio irá promover a independência do Ohio e do Texas face aos Estados Unidos.
"Quem com ferro mata, com ferro morre" é um provérbio português que retrata a ameaça feita esta quinta-feira, 30 de Março, por Jean-Claude Juncker a Donald Trump.
No último dia do congresso do Partido Popular Europeu (PPE), que decorreu em Malta, o presidente da Comissão Europeia notou que "o recém-eleito presidente dos Estados Unidos ficou feliz com o facto de o Brexit estar a acontecer e já instou outros Estados a fazer o mesmo".
Mas Juncker avisou o presidente americano de que "se continuar a fazer o mesmo, eu irei promover a independência do Ohio e de Austin, Texas, nos Estados Unidos".
Apesar da ironia e humor presentes nesta declaração, Juncker não escondeu o desagrado relativamente às posições de Donald Trump sobre o Brexit, ele que ainda enquanto candidato à presidência dos Estados Unidos não escondeu o contentamento com a vitória do "sim" à saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 23 de Junho do ano passado.
Naquele que é o dia seguinte a ter sido dado o tiro de partida oficial com a invocação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, Juncker apelou aos 27 Estados-membros restantes para discutir o "futuro da Europa".
Até porque "o Brexit não é o fim de tudo, temos de considerá-lo como um novo começo", sustentou o político luxemburguês.
Também presente no encerramento do congresso do PPE, Angela Merkel, chanceler alemã, mesmo sem se referir directamente ao Brexit, assumiu que "muitas pessoas têm dito que o mundo e a Europa estão um pouco a sair dos carris", mas garantiu que "se agirmos em conjunto na Europa, seremos capazes de muito melhor":
Contudo ontem a líder germânica falou sobre as negociações sobre a saída britânica da União, avisando a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que o divórcio terá de estar consumado antes de se serem negociados os termos da futura relação entre Londres e Bruxelas.