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Jean-Claude Juncker: O "último dinossauro" da UE

Primeiro-ministro do Luxemburgo há 18 anos, Jean-Claude Juncker afirmou que vai apresentar a sua demissão na quinta-feira durante uma reunião do conselho de ministros. Em causa, a deserção dos seus aliados socialistas após um escândalo relacionado com os serviços de informações.

11 de Julho de 2013 às 00:48
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Definido como o decano dos dirigentes europeus e o último dinossauro da construção europeia, com 58 anos, Juncker detinha o recorde de longevidade na liderança de um governo europeu. Assumiu o cargo de primeiro-ministro em Janeiro de 1995, quando François Mitterrand e Helmut Kohl ainda permaneciam no poder.

 

Assim, foi um dos protagonistas da profunda transformação da União Europeia (UE), com o falhanço do tratado constitucional em 2005, a entrada em vigor do Tratado de Lisboa quatro anos depois, a crise da dívida e a salvação do euro, uma tarefa à qual se dedicou durante oito anos.

 

Alguns censuram-lhe de ter abandonado o Grão-Ducado (537 mil habitantes) em detrimento da Europa, uma opção que contribui para a recente crise relacionada com a gestão dos serviços de informações (SREL) do pequeno país. Mas Juncker, membro do governo há 30 anos, é uma figura incontornável da política luxemburguesa, onde permanece popular apesar do escândalo.

 

Europeu convicto, foi sempre considerado como o cruzamento dos caminhos franco-alemães. "Quando quero falar em francês, penso em alemão, quando quero falar alemão, penso em francês e no final sou incompreensível em todas as línguas", referiu um dia, recorrendo ao seu legendário sentido de humor.

 

Esta proximidade com os grandes vizinhos nunca o impediu de criticar Paris ou Berlim, sobretudo para recusar o seu 'diktat'. "Possui dois defeitos catastróficos: tem uma opinião, e também a exprime", disse um dia sobre ele um responsável europeu, recorda a agência noticiosa AFP.

 

Filho do pós-Segunda Guerra Mundial, onde o pai foi mobilizado à força na Wermacht, Jean-Claude Juncker, que nasceu em 9 de Dezembro de 1954, sempre considerou os interesses do seu país como intimamente ligados à causa da Europa.

 

Com um perfil político atípico, tem sido o pilar do Partido popular social-cristão luxemburguês, colocado à direita, apesar de não esconder a desconfiança que lhe sugere um liberalismo sem rédeas.

 

Líder dos social-cristãos entre 1990 a 1995, Juncker foi também ministro das Finanças do Luxemburgo de 1989 a 2009. Liderou o Eurogrupo desde a criação deste fórum dos ministros das finanças da zona euro, em 2005, e que foi ganhando cada vez maior protagonismo com a crise económica e financeira, tendo sido sempre reconhecido com europeísta convicto e um acérrimo defensor do euro. Recentemente, sublinhou a necessidade de fornecer mais atenção à dimensão social, "a criança pobre da União económica e monetária".

 

"Juncker é o cristão-democrata mais socialista que existe", resumiu o chefe dos ecologistas no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit.

 

Apesar de uma breve interrupção nos anos 2000, até hoje tinha governado sempre em aliança com os socialistas do Luxemburgo.

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