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Fillon nega suspeitas e mantém-se na corrida presidencial em França

O candidato da direita anunciou esta quarta-feira que se mantém na corrida, depois de tecer duras críticas ao sistema judicial, considerando que não foi tratado de forma igual em relação a outros cidadãos.

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O candidato da direita anunciou esta quarta-feira que se mantém na corrida para as eleições presidenciais francesas, depois de tecer duras críticas ao sistema judicial. François Fillon confirmou, numa conferência de imprensa, que foi chamado a depor pelos juízes que investigam o "PenelopeGate" a 15 de Março, e garantiu que não cometeu peculato quando contratou a sua mulher e os filhos como assessores parlamentares.

"Não cederei, não me renderei, não me retirarei. Peço-vos que me sigais", garantiu esta quarta-feira, 1 de Março, François Fillon na sede de campanha do seu partido, em Paris, a capital francesa.

Franços Fillon confirmou que foi convocado a prestar declarações pelos juízes que investigam a contratação da sua mulher. E atacou o comportamento das autoridades. "Não há precedentes" para uma convocatória feita "apenas alguns dias depois" da nomeação dos juízes para o caso, quando os magistrados ainda "nem tiveram tempo" de estudar o caso, acusou.

"Eu não reconheço os factos [da acusação], eu não desviei fundos públicos", assegurou o candidato presidencial, atacando a justiça francesa, que, garante, apenas se está a guiar pela versão da acusação, negando-lhe a presunção de inocência, que diz ter sido "eliminada". "Não tenho sido tratado como um cidadão normal", lamentou, notando que a data fixada para ser ouvido prova isso mesmo.

Nas presidenciais francesas, cada um dos candidatos precisa de reunir as assinaturas de pelo menos 500 políticos eleitos através do voto popular. O universo de potenciais apoiantes é de 42 mil eleitos, a maioria dos quais autarcas. A data-limite para a recolha das assinaturas é 17 de Março - e os juízes vão ouvir Fillon dois dias antes.

Para Fillon, a escolha da data não é inocente. O objectivo "é impedir o centro-direita de ter um candidato presidencial", e por isso, o ex-primeiro-ministro diz-se vítima de "um assassinato político". "É a eleição presidencial que está a ser assassinada, são os votos de quatro milhões de franceses" que votaram em Fillon nas primárias.

"A democracia está sob ataque", acrescentou ainda.

"Não vou desistir, não me vou retirar da corrida, vou lutar até ao fim", porque "será a democracia a escolher o futuro de França" e não o sistema de justiça, avisou. "São vocês que estão em causa, a soberania do povo não pode ser aniquilada", dramatizou, dirigindo-se aos franceses.

"França é maior que os meus erros"

François Fillon, que já admitira no início do mês que errou ao contratar a mulher, voltou a usar essa palavra para assumir que esteve mal. "A França é maior que os meus erros", sublinhou. Dirigindo-se aos franceses, pediu-lhes que resistam. "Não vos deixeis ser enganados, nem que alguém vos tire a liberdade de escolha. Peço-vos que resistis. Eu vou fazê-lo, a minha família também. Vou ser candidato", garanti.

Fillon apresentou-se perante os jornalistas com um atraso considerável face à hora prevista (11:00). Na sua declaração, lançou críticas à imprensa, que acusou de ter "preconceitos" contra si. "Os meus argumentos não têm sido noticiados de forma adequada", criticou.

Esta manhã, a imprensa gaulesa noticiava que François Fillon, que venceu de forma cabal as primárias da direita, havia sido convocado a depor pelos juízes de instrução que investigam se houve desvio de fundos públicos – peculato – na contratação da sua mulher, Penelope Fillon, como sua assessora parlamentar. Suspeita-se de que se tratou de um emprego fictício, o que significa que foram gastos centenas de milhares de euros de forma indevida.


Notícia actualizada com mais informação às 12:20
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