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Eurodeputados criticam nomeação de n.º 2 de Juncker para secretário-geral da Comissão

Os deputados europeus criticaram esta segunda-feira, em Estrasburgo, a promoção "relâmpago" do braço-direito do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ao posto estratégico de secretário-geral da instituição.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, vai fazer uma intervenção no dia 25 de Janeiro em Davos.
13 de Março de 2018 às 00:16
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A maneira como o alemão Martin Selmayr foi designado em 21 de Fevereiro para a função mais elevada da administração da Comissão "destruiu toda a credibilidade da União Europeia como defensora da integridade e da transparência na administração pública, quando a confiança do público está em mínimos", protestou a deputada holandesa liberal Sophia in't Veld.

 

O debate sobre a promoção surpresa do alemão Martin Selmayr, de 47 anos, quando falta pouco mais de um ano para o fim do mandato do seu chefe, Jean-Claude Juncker (na foto), foi acrescentado ao programa da sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo, perante uma polémica crescente em Bruxelas sobre as condições opacas desta nomeação.

 

"As instituições europeias não pertencem aos altos funcionários, mas aos cidadãos europeus. Aqueles estão lá para servir os segundos, não para se servirem a eles mesmos", denunciou a deputada francesa Françoise Grossetête, do grupo Partido Popular Europeu (PPE), de direita.

 

Noutro espectro político, o deputado holandês Dennis De Jong, do grupo Esquerda Unida, considerou que "tudo cheira mal nesta nomeação, tudo foi feito à porta fechada".

 

De Jong recordou que "parece que se está de regresso aos tempos da Comissão (do também luxemburguês) Santer", que teve de se demitir em 1999 por fraude.

 

Comparação que também foi feita pelo dirigente dos liberais, o belga Guy Verhofstadt: "Se a Comissão Juncker não tiver cuidado, vai ter o mesmo destino que a Comissão Santer", escreveu na sua conta na rede social Twitter.

 

"Isto tresanda a nepotismo e abuso dos bens públicos. Graças a Deus, o Reino Unido vai-se embora!", declarou o eurodeputado britânico Nigel Farage, promotor da saída britânica da União Europeia.

 

Numerosos deputados deploraram a ausência do próprio Juncker no hemiciclo, que deixou a representação da Comissão ao comissário do Orçamento, Gunther Oettinger. "Consideramos que Martin Selmayr é qualificado (para a função) sem qualquer dúvida. Pedimos-vos que aceitem a decisão ", solicitou Oettinger aos eurodeputados.

 

A alemã Ingeborg Grassle, do PPE, adiantou que a comissão de Controlo Orçamental do PE vai analisar o procedimento da nomeação "na próxima semana".

 

A provedora da União Europeia, a irlandesa Emily O'Relly, encarregada de inquirir sobre as queixas de má administração, indicou também, no Twitter, que recebeu duas queixas a propósito da nomeação de Martin Selmayr e que as vai "analisar".

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