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Credores europeus, FMI e autoridades gregas vão tentar acordo para fechar fiscalização
Os credores europeus, o Fundo Monetário Internacional e as autoridades gregas reúnem-se na próxima semana para tentar chegar a um acordo que permita fechar a segunda fiscalização do resgate helénico, depois de ter terminado hoje, sem consenso, a supervisão no terreno.
"Estão programadas reuniões para a próxima semana, antes do próximo Eurogrupo de 20 de Março. O objectivo é concluir rapidamente um acordo técnico", disse em comunicado um porta-voz do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate da zona euro.
O MEE salientou que, durante a missão "foram feitos importantes progressos para conseguir um pacote fiscal equilibrado para o periodo posterior ao programa e relativamente a várias reformas estruturais, sobretudo para o sector financeiro".
Lembrou que as discussões em Atenas também contaram com a participação do FMI, que actualmente só presta apoio técnico ao resgate e deve decidir se vai participar financeiramente nele, conforme esperam os credores e exigem vários países da zoma euro, como a Alemanha.
Segundo os media gregos, a reforma laboral continua a ser a principal divergência entre a Grécia e o FMI. Além disso, os credores exigem à Grécia um corte de 1.400 milhões de euros no sistema de pensões.
A segunda fiscalização do terceiro resgate financeiro grego, cuja conclusão é imprescindível para a concretização dos desembolsos, está bloqueada há meses.
As partes envolvidas asseguram que, por enquanto, a situação não é urgente dado que a Grécia tem liquidez para fazer frente às suas despesas.
Recorde-se que o Fundo Monetário Internacional, na sua avaliação anual das políticas económicas de Atenas, defendeu uma meta de 1,5% do PIB para o excedente orçamental primário da Grécia no próximo ano.
O Conselho Executivo do FMI esteve reunido a 6 de Fevereiro, para apresentar as suas conclusões relativamente à avaliação das medidas económicas da Grécia, e a maioria dos seus membros mostrou-se favorável a uma meta de 1,5% do PIB para o excedente orçamental primário do país em 2018, ao passo que alguns defenderam a meta de 3,5% que é almejada pelos credores de Atenas.
Segundo as projecções do FMI, a economia da Grécia deverá crescer abaixo de 1% no longo prazo, devido aos condicionalismos do seu programa de resgate, mas deverá conseguir atender à meta de 1,5% para esse excedente orçamental.
Nessa altura, o FMI não referiu, como se esperava, qualquer decisão sobre o seu envolvimento no terceiro pacote de assistência financeira a Atenas.
O organismo liderado por Christine Lagarde tinha já frisado que não participaria financeiramente no terceiro resgate – que se estima que ascenda a 86 mil milhões de euros – enquanto não houver uma substancial redução da dívida helénica, de modo a que os compromissos financeiros do país possam atingir um nível sustentável.
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu ainda não chegaram a acordo quanto ao patamar de alívio da dívida que o FMI diz ser necessário.
A Alemanha quer que o FMI participe no resgate à Grécia, para conferir assim a este programa de ajuda uma maior credibilidade, mas opõe-se a conceder o significativo alívio da dívida proposto pelo Fundo Monetário Internacional.