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Costa: Cidadãos devem sentir que a Europa não é "algo abstracto"

O primeiro-ministro realçou a necessidade de os cidadãos voltarem a sentir que a Europa não é "algo abstracto", que lhes é "útil", alertando que não se pode "desperdiçar" a oportunidade de "reflexão" dada pelo resultado do Brexit.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 24 de Junho de 2016 às 20:11
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Em Guimarães, para assinalar aquele que foi o primeiro dia de Portugal, o dia da Batalha de S. Mamede que deu origem a Portugal há 888 anos, António Costa salientou que o "amor à pátria" não "diminui" o orgulho de se fazer parte do projecto europeu.

 

O "amor à pátria" não é um empecilho para ser parte integrante do projecto europeu, afirmou o chefe de Governo. "Temos orgulho de ser portugueses, gostamos muito e amamos muito o berço da nossa nacionalidade, mas o facto de amarmos a nossa pátria nunca em nada nos diminuiu na nossa vontade e o nosso orgulho de sermos parte de uma comunidade mais vasta que é a União Europeia", afirmou.

 

"Não somos menos portugueses por sermos europeus, pelo contrário, podemos ser mais portugueses porque somos mais europeus", definiu.

 

Segundo António Costa, o resultado do referendo no Reino Unido, que ditou a sua saída da União Europeia, colocou o "desafio" aos europeus de se interroguem sobre a Europa que querem.

 

"Aquilo que é fundamental é os cidadãos voltarem a sentir que a Europa não é algo abstracto, que está longe de si, que não é algo que lhe é indiferente. Pelo contrário, [a Europa] é fundamental para a segurança, para a confiança no futuro, para termos uma prosperidade mais partilhada", apontou António Costa.

 

Para o primeiro-ministro, o problema não está na quantidade de Europa necessária mas sim na qualidade. "A questão não é se temos mais Europa ou menos Europa. A questão é que temos que ter uma Europa melhor, que seja mais útil aos cidadãos no dia-a-dia", disse.

 

António Costa apontou exemplos: "Se mais Europa significa mais burocracia, ninguém quer mais Europa. Mas, se mais Europa significa mais colaboração policial para termos mais segurança contra a ameaça terrorista, sim, queremos mais Europa", defendeu.

 

Sobre o chamado Brexit, o chefe do Governo voltou a declarar a sua "tristeza" pelo resultado do referendo no Reino Unido e deixou um alerta. "Ver partir um amigo de uma sociedade que partilhamos em conjunto é sempre, obviamente, um momento de tristeza, mas deve ser também um momento de reflexão, para aproveitarmos esta decisão dos nossos amigos britânicos para nos interrogarmos que Europa nós desejamos, nós queremos, para que cada vez mais cidadãos nos 27 países da União Europeia tenham vontade de prosseguir em conjunto, com convicção, com confiança, aquilo que é um projecto de desenvolvimento comum", apontou.

 

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o Brexit ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a sua demissão com efeitos em Outubro. 

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