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Costa sobre voto contra de Itália: "O Conselho não é uma agremiação de tecnocratas"

O nome de António Costa foi consensual, mas não gerou unanimidade entre os líderes europeus, com a primeira-ministra italiana a revelar ter votado contra. O ex-primeiro-ministro toma posse no dia 1 de dezembro para um mandato de dois anos e meio.

O ex-primeiro-ministro, António Costa, será o próximo presidente do Conselho Europeu, sucedendo ao belga Charles Michel.
Johanna Geron; /Reuters
28 de Junho de 2024 às 17:26
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O ex-primeiro-ministro e nome escolhido para liderar o Conselho Europeu desvalorizou o voto contra da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni na cimeira dos líderes dos 27 onde foram decididos os nomes para as principais instituições da União Europeia.

"A primeira-ministra de Itália disse publicamente os motivos dos votos contra", começou por referir António Costa em declaração aos jornalistas esta sexta-feira em Bruxelas, sublinhando que "o Conselho [Europeu] não é uma agremiação de tecnocratas, mas de políticos. Manifestam-se de acordo com as preferências e conto colaborar com a primeira-ministra de Itália como com os outros 26 Estados-membros".

António Costa foi o nome escolhido para presidir ao Conselho pelos líderes europeus na cimeira desta quinta-feira, 27 de junho, com a tomada de posse agendada para o dia 1 de dezembro.

Questionado sobre se é um mau prenúncio para o mandato de dois anos e meio, Costa lembrou que o "presidente do Conselho tem de saber colocar-se também acima das famílias políticas para a essência das suas funções e ter uma noção muito clara que todos os 27 chefes de Estado e de governo que se sentam no Conselho, têm todos igual direito e merecem igual respeito e todos têm que ser tidos igualmente em consideração."

O ex-primeiro-ministro socorreu-se de uma frase de Mário Soares para dar conta do que pretende que seja a sua presidência. "Aquela expressão que o Dr. Mário Soares criou após ter sido eleito Presidente da República, é ser o presidente de todos os portugueses. O presidente do Conselho tem de ser o presidente de todos aqueles que se sentam no Conselho Europeu", frisou.

António Costa afirmou que o "governo de Itália, como o governo dos outros 26 países, é o que resulta do voto e da expressão democrática dos respectivos povos que nós devemos respeitar. Que isso depois se manifeste de uma forma divergente no Conselho é normal. O grande esforço que é necessário fazer é, apesar das diferenças políticas, apesar dos diferentes pontos de vista regional, do ponto de vista do diferente nível de aumento de cada um dos países, dos interesses próprios de cada um dos países, sermos capazes, em conjunto, de tomar decisões."

O ex-primeiro-ministro vai suceder ao belga Charles Michel na presidência do Conselho Europeu. Ursula von der Leyen foi confirmada para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e a primeira-ministra da Estónia, Kaja kallas, para representante externa da UE.

(Notícia atualizada às 15:50 com mais declarações de António Costa)

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