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Comissário para o Orçamento da UE alerta para buraco anual de 10 mil milhões com o Brexit
Durante a apresentação de um relatório sobre o futuro das finanças da UE, Günther Oettinger afirmou que Brexit provocará um rombo de 10 a 11 mil milhões de euros por ano no orçamento comunitário.
O comissário para o Orçamento e Recursos Humanos da União Europeia, o alemão Günther Oettinger, considera que o orçamento comunitário terá um buraco anual de 10 a 11 mil milhões de euros provocado pelo Brexit.
Oettinger falava esta quarta-feira, 28 de Junho, durante a apresentação de um documento de reflexão sobre o futuro das finanças da UE pós-2020, oportunidade aproveitada para lembrar que o Reino Unido, pese embora as condições especiais de que beneficia no bloco europeu, "é um contribuinte líquido" da União.
"Fazer cortes [no orçamento comunitário] será necessário nos próximos 10 anos", afirmou o comissário alemão que, citado pelo La Repubblica, considera que "não podemos fazer de conta que nada vai mudar com o Brexit".
Também por esta razão, Oettinger sublinhou que é intenção da Comissão Europeia ter preparada a proposta para o próximo quadro financeiro comunitário pós-2020 (actualmente o orçamento da UE cobre o período entre 2014 e 2020) na Primavera ou no Verão do próximo ano, "sobretudo porque nessa altura conheceremos as consequências financeiras do Brexit".
"Se queremos ter ideias claras precisamos primeiro conhecer as consequências decorrentes do Brexit e da factor a pagar após 2020", disse o comissário, isto numa altura em que passa pouco mais de uma semana desde o início formal das negociações com vista à saída britânica da UE.
Existem relatórios da UE que apontam para uma factura de 60 mil milhões de euros que terá de ser paga pelo Reino Unido, valor resultante dos compromissos financeiros assumidos por Londres que ainda não foram pagos às diversas instituições comunitárias.
Günther Oettinger antecipa que terão de ser feitas escolhas difíceis já que manter "o status quo não é uma opção". Assim, será promovida uma poupança e também a racionalização dos fundos de coesão atribuídos às diferentes à regiões bem como à agricultura. É que, recorda o comissário germânico, há que dar uma resposta às novas prioridades da UE, o controlo e melhor gestão da imigração, a luta contra o terrorismo, a área securitária e a prossecução de uma defesa comum.
Também no relatório hoje apresentado pode identificar-se a intenção de responder às necessidades orçamentais adicionais provocadas pelo Brexit, agravadas pela necessidade de resposta às novas prioridades europeias.