Os líderes da União Europeia não conseguiram chegar a acordo, na reunião desta quarta-feira em Bruxelas, sobre quem deve ocupar dois cargos de topo: o chefe da diplomacia da UE e o presidente do Conselho Europeu.

Catherine Ashton abandonará em Novembro próximo o cargo de Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, de par com Herman Van Rompuy, o actual presidente do Conselho Europeu que preside às cimeiras da UE.

"É melhor não haver acordo porque ainda não era possível um entendimento sobre o pacote de nomeações", declarou a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaité.

A equação é extremamente complexa, com a necessidade de respeitar um equilíbrio direita-esquerda, norte-sul/este-oeste, homens-mulheres, e ainda entre as gerações. 

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, defendeu com intransigência a candidatura da sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Federica Mogherini. Mas o nome foi recusado por diversos países do leste, designadamente a Lituânia, que acusa a Itália de estar demasiado próxima de Moscovo na crise ucraniana.

Segundo a BBC, circulam informações de que será realizada uma nova cimeira no final de Agosto, de modo a chegar-se a um acordo sobre os nomeados para estes cargos.

A chanceler alemã, citada pela Bloomberg, sublinhou que a composição da Comissão Europeia é tarefa do recém-eleito presidente desse órgão, Jean-Claude Juncker, com excepção do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros.

Ainda segundo Merkel, os Estados-membros da União Europeia foram instados a apresentarem até ao final do presente mês os seus nomeados para ocuparem os cargos de comissários durante os próximos cinco anos. "Estou segura que passo a passo, peça por peça, chegaremos lá", referiu a chanceler.

(notícia actualizada à 01h02)