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Brexit: PSD com "sentimento de perda" e a querer 'clube atlântico'
Paulo Rangel louvou o trabalho do negociador-chefe da União Europeia, o francês Michel Barnier, pela "paciência" e "fleuma praticamente britânica", que permitiu um acordo equilibrado, embora expressando "algum ceticismo" em relação à concretização das próximas negociações pós-Brexit, nomeadamente na área do comércio.
29 de Janeiro de 2020 às 18:52
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel manifestou um "sentimento de perda" com a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e desejou que Portugal participe na criação de um 'clube atlântico' em compensação.
"Em primeiro lugar, um sentimento de grande deceção, de perda. A Europa e a UE precisam muito do Reino Unido. Não há Europa sem os britânicos. Para a instituição europeia é uma grande perda. É uma perda também para a capacidade internacional porque é uma grande potência militar e económica relevante e tem uma rede de implantação global que dava à UE uma alavanca de presença muito grande e se empobrecerá", disse.
O Parlamento Europeu (PE) votou hoje, em Bruxelas, o Acordo de Saída do Reino Unido da UE, a derradeira etapa formal para a efetiva consumação do 'Brexit', que se efetivará na sexta-feira.
"Em particular, para Portugal é uma perda muito grave porque, na geopolítica europeia, o Reino Unido era um dos três grandes, juntamente com França e Alemanha, e aquele que representava a visão atlântica, marítima, globalista, extrovertida. Temos rapidamente de fazer um 'clube atlântico', com as pequenas e médias potencias, que têm um eixo de orientação para fora da Europa (Suécia, Dinamarca, Holanda, Irlanda, Bélgica) para defender essa visão", defendeu.
Paulo Rangel louvou ainda o trabalho do negociador-chefe da União Europeia, o francês Michel Barnier, pela "paciência" e "fleuma praticamente britânica", que permitiu um acordo equilibrado, embora expressando "algum ceticismo" em relação à concretização das próximas negociações pós-Brexit, nomeadamente na área do comércio.
A rainha Isabel II promulgou, em 23 de janeiro, o contestado e adiado projeto de lei que formaliza a saída do Reino Unido do bloco europeu, horas após a sua aprovação pela Câmara dos Lordes (câmara alta do Parlamento britânico).
Três anos e meio depois de o Brexit ter sido decidido num referendo por 52% dos eleitores, em junho de 2016, o processo provocou uma crise política devido ao impasse no parlamento, que rejeitou três vezes o acordo negociado pela antiga primeira-ministra Theresa May e forçou o adiamento da saída, que irá então concretizar-se finalmente na próxima sexta-feira, às 23:00 de Londres (mesma hora em Lisboa, 00:00 de 01 de fevereiro em Bruxelas).
No sábado, 1 de fevereiro, iniciar-se-á o chamado "período de transição", até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura, e no mesmo dia, em virtude de o Reino Unido tornar-se um país terceiro, abrirá a nova delegação da UE no Reino Unido, que será encabeçada pelo diplomata português João Vale de Almeida.
"Em primeiro lugar, um sentimento de grande deceção, de perda. A Europa e a UE precisam muito do Reino Unido. Não há Europa sem os britânicos. Para a instituição europeia é uma grande perda. É uma perda também para a capacidade internacional porque é uma grande potência militar e económica relevante e tem uma rede de implantação global que dava à UE uma alavanca de presença muito grande e se empobrecerá", disse.
"Em particular, para Portugal é uma perda muito grave porque, na geopolítica europeia, o Reino Unido era um dos três grandes, juntamente com França e Alemanha, e aquele que representava a visão atlântica, marítima, globalista, extrovertida. Temos rapidamente de fazer um 'clube atlântico', com as pequenas e médias potencias, que têm um eixo de orientação para fora da Europa (Suécia, Dinamarca, Holanda, Irlanda, Bélgica) para defender essa visão", defendeu.
Paulo Rangel louvou ainda o trabalho do negociador-chefe da União Europeia, o francês Michel Barnier, pela "paciência" e "fleuma praticamente britânica", que permitiu um acordo equilibrado, embora expressando "algum ceticismo" em relação à concretização das próximas negociações pós-Brexit, nomeadamente na área do comércio.
A rainha Isabel II promulgou, em 23 de janeiro, o contestado e adiado projeto de lei que formaliza a saída do Reino Unido do bloco europeu, horas após a sua aprovação pela Câmara dos Lordes (câmara alta do Parlamento britânico).
Três anos e meio depois de o Brexit ter sido decidido num referendo por 52% dos eleitores, em junho de 2016, o processo provocou uma crise política devido ao impasse no parlamento, que rejeitou três vezes o acordo negociado pela antiga primeira-ministra Theresa May e forçou o adiamento da saída, que irá então concretizar-se finalmente na próxima sexta-feira, às 23:00 de Londres (mesma hora em Lisboa, 00:00 de 01 de fevereiro em Bruxelas).
No sábado, 1 de fevereiro, iniciar-se-á o chamado "período de transição", até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura, e no mesmo dia, em virtude de o Reino Unido tornar-se um país terceiro, abrirá a nova delegação da UE no Reino Unido, que será encabeçada pelo diplomata português João Vale de Almeida.