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Brexit: "Não é um qualquer que sai", diz CDS-PP

Para Nuno Melo, "o que se vota é o mais fácil, é a saída" e "o que se vai ter de negociar até final do ano é o mais difícil - as exatas circunstâncias em que Reino Unido e UE se relacionarão".

Nuno Melo (CDS) – Partido Popular Europeu
29 de Janeiro de 2020 às 18:50
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O eurodeputado do CDS-PP, Nuno Melo, afirmou esta quarta-feira tratar-se de um dia "muito simbólico e significativo para a União Europeia (UE)", pois "não é um [país] qualquer que sai", referindo-se ao abandono do Reino Unido.

"Depois de sucessivos alargamentos, pela primeira vez um país sai e não é um qualquer", salientou, descrevendo a importância do Reino Unido no que toca ao poderio militar e comercial, além do papel histórico no 'Velho Continente'.

O Parlamento Europeu (PE) votou hoje, em Bruxelas, o Acordo de Saída do Reino Unido da UE, a derradeira etapa formal para a efetiva consumação do Brexit, que se efetivará na sexta-feira.

"Do ponto de vista estratégico, foi sempre um aliado fundamental deste espaço geográfico. Dos britânicos dependeu a vitória dos Aliados na I e na II Guerras Mundiais. Se pensarmos que a UE é um projeto de paz, a saída do Reino Unido é a de uma das principais potências beligerantes e vitoriosas. O Reino Unido é um aliado fundamental de países do sul, nomeadamente de Portugal, numa estratégia atlântica. Desse ponto de vista, o que hoje aqui temos é uma má notícia", lamentou.

Para Nuno Melo, "o que se vota é o mais fácil, é a saída" e "o que se vai ter de negociar até final do ano é o mais difícil - as exatas circunstâncias em que Reino Unido e UE se relacionarão".

A rainha Isabel II promulgou, em 23 de janeiro, o contestado e adiado projeto de lei que formaliza a saída do Reino Unido do bloco europeu, horas após a sua aprovação pela Câmara dos Lordes (câmara alta do Parlamento britânico).

Três anos e meio depois de o 'Brexit' ter sido decidido num referendo por 52% dos eleitores, em junho de 2016, o processo provocou uma crise política devido ao impasse no parlamento, que rejeitou três vezes o acordo negociado pela antiga primeira-ministra Theresa May e forçou o adiamento da saída, que irá então concretizar-se finalmente na próxima sexta-feira, às 23:00 de Londres (mesma hora em Lisboa, 00:00 de 01 de fevereiro em Bruxelas).

No sábado, 1 de fevereiro, iniciar-se-á o chamado "período de transição", até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura, e no mesmo dia, em virtude de o Reino Unido tornar-se um país terceiro, abrirá a nova delegação da UE no Reino Unido, que será encabeçada pelo diplomata português João Vale de Almeida.
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