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Brexit: Juncker quer "acordo justo e equilibrado" dentro das "nossas regras"

O presidente da Comissão Europeia fez uma apreciação genérica. Lembra que as negociações ainda não começaram e só serão iniciadas depois de Londres activar formalmente o artigo 50.º do Tratado, o que promete fazer até ao fim de Março.

A vida do seu 'amigo Mário' Soares confunde-se 'com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia' e que a Europa perde um pouco de si, salientou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. A vida de Mário Soares, disse Juncker, em comunicado, 'confunde-se com a história recente de Portugal e com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia'.
Para Juncker, Soares foi 'orgulhosamente português' e 'orgulhosamente europeu', destacando ainda que 'com o seu desaparecimento, Portugal e a Europa perdem um pouco de si'. Numa nota pessoal, Juncker destacou também que 'o meu amigo Mário nunca virou a cara à luta e às responsabilidades de um democrata'. 
O presidente da Comissão Europeia destacou, também, 'a resistência à ditadura e a luta determinada por uma transição do seu país para a democracia', considerando Soares 'símbolo e artífice deste processo'. 'Mário Soares contribuiu para tornar irreversível um processo de democratização que alastraria pelo Sul da Europa e que colocou Portugal, mas também Espanha e Grécia, no caminho da adesão ao projecto europeu, âncora desses valores democráticos', considerou. 'A vida de Mário Soares deixa-nos na altura em que celebramos os 30 anos da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia onde, sem surpresa, é o seu nome que consta do tratado de adesão', escreveu.
18 de Janeiro de 2017 às 13:37
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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta quarta-feira, 18 de Janeiro, que as negociações de saída do Reino Unido da União Europeia – processo conhecido por Brexit - devem ser conduzidas com o propósito de produzirem um "acordo justo e equilibrado" que "respeite inteiramente as nossas regras".

Falando em Estrasburgo, onde decorre a sessão mensal do Parlamento Europeu, Juncker, prometeu fazer "todos os possíveis" nas negociações para alcançar esse objectivo, tendo ainda saudado a primeira-ministra britânica, Theresa May, por ter fornecido maior clareza sobre a estratégia negocial do Reino Unido.

"Saúdo os esclarecimentos dados por May, mas disse-lhe ontem que um discurso não vai lançar as negociações", prosseguiu, frisando que isso só acontecerá quando o Reino Unido accionar formalmente o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, o que Londres promete fazer até ao fim de Março.

"Haverá uma negociação sem precedente que tem de ser concluída em dois anos e as consequências serão consideráveis para o Reino Unido, os seus 27 parceiros e a União no seu conjunto", acrescentou Juncker, citado pela Lusa, repetindo o registo genérico que tem marcado as reacções dos demais dirigentes europeus

Seis meses depois do referendo, Londres pôs ontem finalmente as cartas na mesa e jogou alto. Quer cortar de vez com a UE, incluindo com o mercado único, o que significa fazer um "hard Brexit", ou uma saída completa da União.

Ao mesmo tempo,  porém, Londres quer negociar de raiz um novo enquadramento com os demais países da União que lhe conceda o máximo acesso possível no comércio de bens e serviços, total liberdade para negociar acordos com países terceiros, e garanta o fim da interferência de Bruxelas nas suas políticas de entrada de estrangeiros e da supremacia da jurisprudência dos tribunais europeus, bem como uma redução substancial do que hoje paga para os orçamentos comunitários. E Londres quer tudo isso embrulhado numa "parceria estratégica" como as que a UE reserva para as grandes potências globais, como os Estados Unidos.

Esta estratégia foi pela primeira vez admitida de forma clara por Theresa May, segundo a qual só uma saída completa do país da UE dará seguimento ao resultado do referendo e poderá ser simultaneamente compatível com a indivisibilidade das quatro liberdades de circulação (incluindo a de pessoas) com que os demais países da UE reiteraram a definição do mercado único. 

"Quero ser clara: O que estou a propor não pode significar continuar a pertencer ao mercado único", disse referindo-se à parte da UE que, quem fez a campanha pelo "Brexit", prometera ser possível manter. Em contrapartida, acrescentou, "procuraremos obter o mais vasto acesso possível através de um novo acordo de livre comércio que seja abrangente, audaz e ambicioso. Esse acordo pode incluir elementos da actual regulamentação do mercado único nalgumas áreas".
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