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Merkel: Brexit não deve dividir a Europa
A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou hoje que a saída do Reino Unido da União Europeia não deve dividir a Europa e mostrou-se convicta que não será aberto um fosso entre os governos e o mundo empresarial.
No final de uma reunião com o seu homólogo italiano, Merkel reagiu ao discurso de Theresa May, na terça-feira, considerando que ficou com "uma impressão mais nítida" sobre o processo de saída dos britânicos da União Europeia.
"O mais importante é que a Europa não se deixe dividir, e vamos garantir isso com muitos contactos intensivos", acrescentou a chanceler, concluindo que os governos vão reunir com os representantes dos empresários, por isso disse não estar preocupada sobre divisões.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou na terça-feira que apesar de ser objectivo do 'Brexit' restringir a imigração de europeus para o Reino Unido, vai garantir os direitos dos cidadãos europeus a residir no país o mais rapidamente possível.
Precisando num discurso pela primeira vez os contornos da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), May afirmou que o país quer continuar a ser um país tolerante e aberto e a atrair os melhores talentos, mas que os fluxos migratórios dos últimos anos colocaram sob pressão os serviços de saúde e de educação.
O 'Brexit', disse, tem de significar o controlo do número de europeus que chegam ao Reino Unido, mas assegurou que os direitos dos que já residem no país vão ser garantidos, sem contudo dar pormenores.
Theresa May confirmou que o 'Brexit' vai implicar que o Reino Unido abandone o mercado único europeu, caso contrário ficaria "meio dentro, meio fora" da UE e estaria impossibilitado de negociar acordos comerciais bilaterais.
A primeira-ministra, que sucedeu a David Cameron após a vitória do 'Brexit' no referendo de 23 de Junho de 2016, afirmou que pretende uma "parceria nova e equilibrada" com a UE, para que o país saia "mais forte, mais justo, maus unido e mais aberto ao exterior que antes".
Advertiu por outro lado os parceiros europeus contra qualquer tentação de "punir" o Reino Unido, o que configuraria "um ato calamitoso que prejudicaria a própria" UE.
O discurso de Theresa May era muito aguardado porque se esperava que torne mais claras algumas linhas de negociação de Londres no processo de saída da UE.