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BE critica Cavaco Silva por escolher o rumo do "egoísmo nacional" para a Europa
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou esta quarta-feira o Presidente da República, Cavaco Silva, por transformar a discussão na União Europeia num "ataque de país contra país", escolhendo o rumo do "egoísmo nacional".
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O Presidente da República afirmou hoje que Portugal é um dos países que fez e fará maiores doações à Grécia entre 2012 e 2020, apoiando "um Governo já desmentido" pela comunicação social face a essa informação, criticou Catarina Martins, observando nesta declaração de Cavaco Silva uma forma de transformar a discussão do projecto europeu num "ataque de país contra país".
A dirigente bloquista pediu que Cavaco Silva tivesse "a bondade" de partilhar os documentos em que sustenta tais afirmações, perguntado onde é que o Presidente da República foi buscar "tais dados".
"Quer mesmo o Presidente da República que a discussão na União Europeia seja um ataque de país contra país? É este o projecto europeu com que nos tem enchido a boca?", questionou.
Catarina Martins perguntou ainda se Cavaco Silva quer que o rumo para União Europeia "seja o rumo do egoísmo nacional", considerando que as recentes declarações do Governo e do Presidente da República retiram quaisquer dúvidas que possam existir sobre a necessidade de Portugal ter "rapidamente outros representantes".
Aquilo a que o Governo "se dedicou a fazer até agora foi a atacar a Grécia e não a defender o seu país", protestou, considerando que hoje subiu-se "mais um degrau de vergonha e de insulto".
De acordo com a porta-voz do BE, o actual executivo mostra-se como sendo um "Governo submisso, que não faz onda" na União Europeia, sendo "tristemente conhecido internacionalmente por ser o mais aguerrido contra a Grécia".
Catarina Martins recordou ainda as declarações proferidas pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que disse hoje, em Berlim, que "Portugal é a melhor prova" de que os programas de ajustamento funcionam.
"O que insulta nesta mostra do Governo português como exemplo máximo de submissão, é que isso é feito escondendo meio milhão de postos destruídos no país", "300 mil pessoas que emigraram", o crescimento da pobreza infantil, "as urgências que estão em colapso ou as escolas que não têm meios de funcionar".
A dirigente do Bloco falava durante uma sessão pública do partido, intitulada "A austeridade é um roubo", que se realizou hoje à noite, na Casa da Cultura, em Coimbra.