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Acordo sobre novo quadro comunitário deve ocorrer antes das europeias
A comissária europeia responsável pela Política Regional, Corina Cretu, disse esta quinta-feira no parlamento que, se o acordo sobre o próximo quadro comunitário não for fechado antes das eleições europeias, haverá projectos em risco.
Corina Cretu falava no parlamento, perante os deputados da Comissão Eventual de Acompanhamento do Processo de Definição da "Estratégia Portugal 2030" sobre o quadro financeiro plurianual.
"Tive uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e conheço perfeitamente as preocupações em termos de aprovação da proposta", começou por dizer a comissária. "De acordo com os nossos estudos, se esta proposta não for aprovada antes das eleições europeias [maio de 2019] haverá uma série de projectos nos 28 países que ficará em perigo por não terem a possibilidade de chegarem a bom porto", acrescentou Corina Cretu.
A comissária pediu aos deputados "apoio para aprovação das propostas apresentadas pela Comissão Europeia para que o investimento possa começar no dia 1 de Janeiro de 2021".
Corina Cretu disse que na sexta-feira teve uma reunião "com os 28 ministros" e que está "menos optimista", porque existe "uma divisão entre os Estados-membros". "Por outro lado, devemos ser optimistas e fazer tudo o que for possível para apressarmos o andamento das coisas no Conselho Europeu", defendeu.
"Gostaria de ter o vosso apoio porque a voz do parlamento, das regiões, das pessoas que aproveitam os programas é uma parte importante e pode exercer pressão no Conselho Europeu", apelou aos deputados da comissão parlamentar.
Perante as críticas dos deputados sobre a proposta Comissão Europeia que prevê para Portugal cerca de 23 mil milhões de euros do fundo de coesão, menos 7% face ao quadro actual, Corina Cretu defendeu que foi feito "o melhor possível", tendo sido seguido o método habitual que tem em conta o PIB per capita.
A comissária salientou que "a margem de manobra é muito reduzida" e que nos últimos anos "foi investido muito na economia portuguesa e nas regiões".
Sublinhando que "há países que tiveram cortes de 25%" nos fundos europeus devido ao seu desenvolvimento económico, Corina Cretu acrescentou que é "a lógica da política a funcionar: quanto melhor estão os países, menos recebem".