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Primeiro-ministro húngaro deixa embargo a petróleo russo "pendurado por um fio"

Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, escreveu numa carta ao presidente do Conselho Europeu que se recusa a discutir o embargo ao petróleo russo.

Lusa/EPA
24 de Maio de 2022 às 14:46
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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse esta terça-feira que se recusa a discutir um embargo ao petróleo russo na União Europeia. O governante exige saber mais detalhes sobre as alternativas a esta matéria-prima, já que o país é largamente dependente da Rússia.


Numa carta ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, Budapeste indica que precisa de mais detalhes para avançar com o embargo e adianta que "discutir o novo pacote de sanções ao nível dos líderes sem existir um consenso generalizado seria contraprodutivo", e pede por isso que "este tema não seja abordado na próxima reunião do Conselho Europeu".


Depois da Comissão Europeia ter passado quase todo o mês de maio a discutir o embargo ao petróleo russo, este recuo, que tem sido consistente ao longo das negociações, deixa o sexto pacote sancionatório dos 27 "pendurado por um fio". O positivismo a que assistimos esta segunda-feira por parte do ministro da economia alemão, Robert Habeck - que afirmou que o embargo "estava por dias" - poderá agora ser mais difícil de concretizar.


Até agora, a União Europeia anunciou que vai alocar 2 mil milhões de euros, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para investimentos em novas infraestruturas, nos países da Europa central e de leste mais dependentes do petróleo russo. Entre eles estão a Hungria, a Eslováquia e a República Checa, mas estes têm estado relutantes em aprovar o embargo proposto no Conselho Europeu.


No caso específico da Hungria, a complexidade destas negociações agrava-se uma vez que ainda não existe um acordo com a Comissão para a atribuição do PRR, devido a preocupações com quebras da "rule of law" - mecanismo que obriga os países a garantir e a respeitar princípios democráticos, como o direito à liberdade, o consenso dos governados e a igualdade perante a lei. Ou seja, no final do dia, a Hungria não pode receber o valor negociado entre os 27, que permitiria eventualmente um embargo ao petróleo russo.

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