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UE aceita revitalizar adesão da Turquia que promete conter refugiados

Uma Cimeira e uma mini-cimeira entre a União europeia e a Turquia em Bruxelas resultaram num acordo em que Bruxelas aceita re-energizar as negociações para que a Turquia entre na UE. A Turquia recebe, ainda, três mil milhões de euros para travar a entrada de refugiados na UE.

29 de Novembro de 2015 às 20:38
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A União Europeia vai ceder à Turquia um total de três mil milhões de euros para que o país possa fazer face aos refugiados que entram pelas suas fronteiras, o que se insere num acordo mais amplo que poderá acelerar os esforços de Ancara de integrar a União Europeia.

Isso mesmo esteve na mesa das negociações na Cimeira UE-Turquia e na mini-cimeira que Angela Merkel promoveu, segundo o Guardian. E mesmo antes de iniciar a reunião foi o próprio primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que considerou tratar-se de "um dia histórico" para o processo de adesão do país à União Europeia, agradecendo a todos os líderes europeus "por este novo começo".

Na conferência de imprensa, após a Cimeira liderada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk afirmou que o processo de adesão necessita de ser "re-energizado", ainda que tenha deixado o alerta que a Europa não vai reescrever condições de alargamento, tendo de se respeitar os valores europeus, também ao nível dos direitos humanos, declarou.
No entanto, assumiu que "2016 vai ser um ano essencial" para a progressão do acordo alcançado este domingo.

As negociações para a integração da Turquia no bloco europeu vão acontecer, reabrindo-se o designado Capítulo 17. Para tal, está já agendada uma conferência intergovernamental para 14 de Dezembro. 

A Turquia candidatou-se em 1999 e tem estado em negociações desde 2005. Em comunicado, a Comissão Europeia acrescenta que se concordou em "avançar nos laços existentes e em termos de solidariedade e adoptar um plano de acção orientado para os resultados para preparar o futuro comum". 

No âmbito deste acordo, para que a Turquia consiga conter o fluxo de refugiados que entram na fronteira com a Grécia, está, ainda, contemplado um plano para acelerar o fim dos vistos aos turcos, mas há condições que têm de ser cumpridas.

À mesa das negociações, além do alargamento, estiveram temas como o terrorismo, o comércio, energia e assuntos de "interesse comum". Um deles é, claro, a crise dos refugiados. Mas foi Angela Merkel, numa mini-cimeira, segundo o Guardian, que ajudou a desbloquear o acordo. "Não esperamos que cuidem das nossas fronteiras por nós, mas esperamos que se contenha o movimento de refugiados". É por isso que a União Europeia acedeu dotar a Turquia de três mil milhões de euros para fazer face a esses refugiados. São já 2,2 milhões os refugiados da Síria que entraram na Turquia. A Comissão Europeia comprometeu-se, por outro lado, a apresentar até 15 de Dezembro um plano para a reinstalação dos refugiados que estão na Turquia. 

Ou seja, apesar da curta cimeira, a Turquia aceitou ajudar na contenção de fluxos de refugiados na União Europeia em troca de dinheiro, vistos e retomar das negociações para a entrada do país na UE. O que o primeiro-ministro turco chamou de "novo começo". Haverá, por isso, duas cimeiras anuais entre os dois blocos.
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