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Tsipras: "O nosso objectivo é o de curar as feridas da crise"
O primeiro-ministro grego defendeu hoje, ao lado da homóloga alemã, Angela Merkel, as políticas do seu Governo para ajudar os mais afectados pela crise financeira, incluindo medidas que afectam as relações entre Atenas e os credores.
"O nosso objectivo é o de curar as feridas da crise", bem como "ajudar todos aqueles que fizeram enormes sacrifícios em nome da Europa e da estabilidade europeia", disse em Berlim Alexis Tsipras, numa declaração à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel.
Tsipras acrescentou que não pretende fazer "regressar a Grécia a uma situação de instabilidade", mas também que pretende "dar um sinal" de que a crise financeira "pertence, em definitivo, ao passado".
O parlamento grego aprovou na quinta-feira à noite uma ajuda adicional aos pequenos pensionistas, uma de duas medidas sociais do governo helénico que encresparam novamente as relações entre Atenas e os seus credores europeus, especialmente a Alemanha.
A segunda medida é um adiamento da subida do IVA nas ilhas do Mar Egeu que têm recebido milhares de refugiados. Tsipras defendeu também em Berlim a aplicação desta medida: "as ilhas carregam um pesado fardo, um fardo que, apesar da crise económica, deve ser partilhado por toda a Europa".
Devido a estas medidas, o presidente do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), Jeroen Dijsselbloem, anunciou quarta-feira a suspensão, a pedido da Alemanha, do ligeiro alívio da dívida acordado com Atenas em troca de reformas.
Ainda assim, os porta-vozes das três instituições que representam os credores europeus, o Banco Central Europeu (BCE), o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES) e a Comissão Europeia, consideraram que as medidas sociais do Governo grego "não deverão alterar de forma significativa os objectivos orçamentais (helénicos" em 2017 e 2018".
A chanceler alemã indicou hoje que vai discutir com Tsipras o programa de ajuda à Grécia, bem como a forma como o responsável grego avalia a situação financeira e económica no seu país. No entanto, insistiu que "as decisões [sobre estas matérias] não são tomadas em Berlim".