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Secretário-geral do MEE sobre Varoufakis: "As políticas dele custaram muito dinheiro"

A 13 dias da saída do resgate, um dos responsáveis do Mecanismo Europeu de Estabilidade critica ferozmente a estratégia de Varoufakis, referindo que a Grécia retrocedeu anos por causa do então ministro das Finanças.

Reuters
Negócios jng@negocios.pt 08 de Agosto de 2018 às 09:36
O holandês Kalin Anev Janse, secretário-geral do Mecanismo Europeu de Estabilidade, uma das entidades envolvidas nos programas de ajustamento da Grécia, criticou esta terça-feira, dia 7 de Agosto, as políticas implementadas pelo ex-ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis. Citado pelo jornal grego Kathimerini, Janse afirmou que Varoufakis custou "muito dinheiro" à Grécia.

Em declarações após a oficialização do pagamento da última tranche à Grécia de 15 mil milhões de euros, o secretário-geral do Mecanismo Europeu de Estabilidade assegurou que as tácticas do ex-ministro das Finanças tiveram um efeito negativo na vida dos gregos.

"[A Grécia] estava a ir na direcção correcta em 2014 e nós estávamos a preparar uma saída limpa para a Grécia, de forma a que pudesse emergir do programa de ajustamento sem um empréstimo", recordou Kalin Anev Janse, referindo que foi o travão de Varoufakis às reformas acordadas que impediu esse desfecho.

Para o responsável do MEE, "o que ele [Varoufakis] fez não foi bom para os cidadãos gregos". "As políticas dele custaram muito dinheiro e infelizmente a Grécia retrocedeu alguns anos", criticou. 

Sobre o futuro, Kalin Anev Janse disse que a última tranche não sinaliza "o final da história". Tal acontece porque as instituições europeias, ao lado do Fundo Monetário Internacional, vão acompanhar de perto a evolução da economia grega. Mas, essencialmente, os olhos estarão postos na implementação das medidas já acordadas entre a Grécia e os seus credores. 

"Os nossos empréstimos duram até 2060", notou o responsável do Mecanismo. Mas Janse mostrou-se confiante sobre esse futuro, dando o exemplo de países europeus como a Irlanda, Portugal, Chipre e Espanha que saíram reforçados da crise. 

A última tranche de 15 mil milhões de euros para a Grécia tem dois objectivos: 5,5 mil milhões destinam-se ao serviço da dívida pública grega (3,3 mil milhões serão para pagar parte da dívida de Atenas ao BCE e ao FMI) e os restantes 9,5 mil milhões serão utilizados para constituir uma almofada financeira que permita um regresso estável aos mercados financeiros.

A saída oficial do programa está marcada para o dia 21 de Agosto.
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