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Sarkozy defende maior integração entre França e Alemanha a bem da UE

O ex-chefe de Estado francês defende mais integração entre Paris e Berlim e admite que a Europa não pode continuar a acreditar "no mito da igualdade dos direitos e das responsabilidades entre todos os Estados-membros”.

Bloomberg
22 de Maio de 2014 às 18:03
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No longo artigo publicado no alemão Die Welt e na revista francesa Le Point, Nicolas Sarkozy, ex-Presidente francês, entrou nas eleições europeias que arrancaram esta quinta-feira na Holanda e no Reino Unido, defendendo que os Estados-membros da União Europeia (UE) não são iguais e sugerindo o aprofundamento das relações entre Paris e Berlim no sentido da criação de uma grande "zona económica franco-alemã".

 

Sarkozy salienta que a Europa não pode "acreditar no mito da igualdade dos direitos e das responsabilidades entre todos os Estados-membros", assumindo sem rodeios que o eixo franco-alemão deve assumir uma posição de primazia na Zona Euro.

 

"É à Alemanha e à França que cabe o papel de assumir o essencial da governação económica da Zona Euro" defende, porque "não há apenas uma Europa, mas duas", concluiu.

 

Na perspectiva do político francês, paralelamente à liderança bicéfala de Alemanha e França, deve assistir-se a uma redução "drástica" dos poderes dos restantes Estados-membros porque aquilo que falta neste momento é "liderança política".

 

Aquele que se afigura como o mais provável candidato do UMP às presidenciais de 2017 parece, desta forma, mesmo sem o fazer de forma explícita, deixar um recado ao actual Presidente François Hollande.

 

Mas o antigo Presidente vai mais longe e defende uma maior integração entre Paris e Berlim, que deveria ser consubstanciada com o estabelecimento de uma "grande zona económica franco-alemã" - velho projecto nunca concretizado. Nesse sentido, Nicolas Sarkozy considera que devem ser estes países a liderar o conjunto das economias do euro.

 

Os franceses iriam beneficiar de uma maior integração com os vizinhos alemães. O antigo líder francês, que chegou a formar com a chanceler Angela Merkel um duo que ficou conhecido por "Merkozy", sublinha que os interesses dos seus concidadãos seriam "melhor defendidos face à concorrência alemã" porque acabariam os "limites fiscais e sociais".

 

Sarkozy tenta ganhar terreno a Le Pen

 

O texto publicado esta quinta-feira assinala a primeira intervenção marcadamente política sobre o presente e o futuro da Europa, mas a política interna francesa não terá sido negligenciada.

 

O UMP tem surgido sistematicamente atrás da Frente Nacional de Marine Le Pen nas sondagens às eleições para o Parlamento Europeu e, possivelmente, com o objectivo de recuperar algum do eleitorado mais à direita, descontente com a forma como a integração europeia tem sido gerida, Nicolas Sarkozy, apesar de reconhecer que a "imigração zero é uma ilusão", apontou baterias à suspensão imediata do Acordo Schengen.

 

"É necessário suspender imediatamente Schengen e substitui-lo por um Schengen II, ao qual os Estados-membros apenas adeririam depois de terem uniformizado as suas políticas de imigração".

 

Sarkozy, que liderou os destinos de França até 2012, mostra-se "angustiado" com a presente UE e alerta para a necessidade de adoptar medidas de controlo aos fluxos migratórios em direcção à Europa, caso contrário "o nosso contrato social explodirá".

 

(Notícia actualizada às 18h28m) 

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