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Reino Unido anuncia plano de 33,5 mil milhões para cortar tarifas comerciais com a UE

O departamento do Comércio Internacional britânico anunciou um plano de remoção de grande parte das tarifas alfandegárias entre o país e a União Europeia, mas manteve inalteradas as taxas em importações automóveis e agrícolas. O Reino Unido quer passar a ter 60% dos produtos livres de tarifas, face aos atuais 47%.

Lusa
Gonçalo Almeida goncaloalmeida@negocios.pt 19 de Maio de 2020 às 11:06
O Reino Unido está prestes a lançar um plano de cortes de tarifas alfandegárias para o resto da Europa avaliado em 30 mil milhões de libras (o equivalente a 33,5 mil milhões de euros) para levar a cabo no pós período de transição do Brexit, com início estipulado para o primeiro dia do próximo ano. 

A ideia do antigo Estado-membro da União Europeia é facilitar as trocas comerciais entre o bloco central e a região e para isso pretende cortar as taxas aplicadas às importações. O Reino Unido disse que pretende aumentar para 60% o volume de trocas comerciais livres de tarifas, face aos atuais 47%. 

Segundo o departamento para o Comércio Internacional, alguns itens como máquinas de lavar loiça, congeladores, frigoríficos ou árvores de Natal vão poder entrar no Reino Unido sem pagar tarifas a partir de dia 1 de janeiro de 2021. Componentes industriais como o cobre, parafusos ou porcas vão ser livres de taxas também. 

O governo disse ainda que equacionava cortar os impostos sobre produtos relacionados com a energia renovável para promover uma economia verde.

"A nossa nova tarifa global vai beneficiar os consumidores do Reino Unido e as famílias, através da redução da burocracia em vigor e de cortes no custo acrescentado de milhares de produtos do dia-a-dia ", disse o secretário do Comércio Internacional da região, Liz Truss, em comunicado. Acrescentou que "estamos a apoiar a indústria do Reino Unido e a ajudar as empresas a superar estes novos desafios económicos sem precedentes". 

O apelidado regime de "global tariff" britânico (regime de tarifa global em português) é uma parte essencial do xadrez político e económico da região após ter abandonado a União Europeia, uma vez que substitui a tarifa externa comum da UE.

No entanto, apesar do corte de tarifas em grande parte dos produtos importados para o Reino Unido, alguns setores considerados essenciais vão continuar a ser protegidos, como é o caso do setor automóvel ou agrícola. Assim sendo, irá ser mantida a taxa de 10% sobre os automóveis importados, bem como nos produtos agrícolas e pecuários como a carne de vaca, de porco ou de aves. 

O Reino Unido continua focado em atingir um acordo comercial com a União Europeia, almejando uma parceria idêntica àquela que o bloco central atingiu com o Canadá (CETA), que entrou em vigor em janeiro de 2017. 

A terceira e mais recente ronda de negociações entre o Reino Unido e a União Europeia, que decorreu na semana passada, não correu de feição para nenhum dos lados. Ambas as partes fecharam esta ronda negocial com acusações mútuas e sem entendimento. Por um lado, a 
exigência da união sobre o chamado "level playing field", uma garantia de condições equitativas, manteve-se como o maior obstáculo a um acordo. Algo que o lado britânico rejeita, uma vez que não quer ficar sob a jurisdição comunitária para aceder ao mercado único. 

A quarta ronda de negociações tem arranque previsto para 1 de junho próximo. 
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