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Refugiados devem ser encarados como parte do processo de globalização, pede Merkel

Angela Merkel afirmou esta quarta-feira que o fluxo de refugiados deve ser encarado como parte da globalização. Para cumprir o processo de relocalização previsto pela União Europeia, Itália envia 70 refugiados para a Suécia e Finlândia.

Angela Merkel é a Mais Poderosa 2015
A famosa pergunta que terá sido feita por Kissinger passou a ter resposta inequívoca. É a Angela Merkel que se telefona quando se precisa de resolver um problema na Zona Euro, na Europa, e até além dela. O seu poder é mais visível nos momentos difíceis. E é por isso que  regressa ao pódio em 2015. Foi ela que teve na mão a chave de soluções, embora precárias, para dilemas globais: a guerra na Ucrânia, a crise grega e o drama humano dos refugiados e imigrantes.
21 de Outubro de 2015 às 21:57
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"A experiência da globalização até agora era: a nossa economia vai para outros países, instala fábricas, vende produtos e o balanço é positivo para o emprego na Alemanha e para as nossas empresas. Agora assistimos a um movimento inverso: é a globalização que vem até nós." A afirmação é da chanceler alemã, Angela Merkel, que comparou esta quarta-feira, 21 de Outubro, o afluxo diário de cerca de 10 mil requerentes de asilo na Alemanha como uma manifestação da globalização.

A líder da primeira economia europeia, que tem sido elogiada internacionalmente, mas cuja imagem e popularidade a nível nacional tem enfrentado alguma fragilidade, esteve no último domingo, 18 de Outubro, em Istambul onde pediu maior apoio para o Governo turco a fim de aliviar a crise que pressiona a Europa, relembrou que o processo de globalização já beneficiou a economia alemã no passado. Merkel não deixou, no entanto, de sublinhar também que a Europa deve saber lidar com os desafios inerentes à chegada em massa de migrantes e refugiados.

Angela Merkel destacou, porém, durante uma reunião de sindicatos de metarlúrgicos em Frankfurt, que importa destacar os refugiados dos migrantes económicos. Nesse sentido, o Governo alemão não coloca de parte utilizar voos militares para acelerar o reenvio para o país de origem de quem vê os seus pedidos de asilo negados. "Enviar as pessoas de volta através de voos comerciais é a prioridade, mas se não existir capacidade suficiente então teremos de considerar usar voos militares", afirmou Steffen Sibert, um porta-voz do Governo, citado pela Reuters.

Paralelamente, também durante esta quarta-feira, o Governo italiano deu continuidade à aplicação do plano de relocalização de refugiados, com o envio de um grupo de 70 refugiados de nacionalidade síria e eritreia para a Suécia e Finlândia. Esta medida coloca em prática o programa de relocalização aprovado pela Comissão Europeia no dia 22 de Setembro, apesar da oposição de alguns Estados-membros, com a República Checa, a Eslováquia, a Hungria e a Roménia a vetar a decisão e a Finlândia, agora um dos países de acolhimento, a abster-se.

Esta relocalização acontece à medida que os custos com o alojamento para os refugiados aumentam, segundo um estudo apresentado pelos oficiais italianos. O ministro do Interior, Angelino Alfano, afirma que os mais de 99 mil refugiados alojados em Itália estão a custar ao Estado cerca de 1,16 mil milhões de euros, o dobro do orçamento gasto durante 2014. Destaque-se que cerca de 75% dos migrantes e refugiados estão a viver em alojamentos e estruturas temporárias.

A União Europeia planeia relocalizar cerca de 40 mil refugiados alojados em Itália, um plano a cumprir durante os próximos dois anos. Até agora chegaram ao país cerca de 100 mil refugiados, um número que deverá aumentar para os 170 mil até ao final deste ano, cumprindo o mesmo registo feito em 2014. Durante esta quarta-feira partiram 51 refugiados de origem síria. Já os eritreus são 19. O ministro do Interior italiano adianta que nos próximos dias deverão partir mais refugiados. "Temos dezenas de refugiados preparados para partir", afirma.


Os custos de relocalização são suportados pelo orçamento da União Europeia, sendo que por cada refugiado, o país de acolhimento recebe cerca de seis mil euros. Já o processo de transporte é assegurado com uma verba de 500 euros, também por cada refugiado, para o país que trata da relocalização.

Dos cerca de 61.500 pedidos de asilo recebidos até 9 de Outubro, cerca de 46.500 foram analisados e metade viram rejeitados o estatuto de refugiado, afirma o ministro do Interior italiano. Os restantes países europeus pressionam agora o Governo italiano para que dê inicio às deportações daqueles que não se qualificam como refugiados, escreve a Reuters.

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