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Putin alivia reforma do sistema de pensões

O presidente russo está a tentar recuperar a popularidade perdida depois de ter apresentado uma reforma para o sistema de pensões. Em vez de mais oito anos, as mulheres terão de trabalhar mais cinco para chegarem à idade da reforma.

Reuters
29 de Agosto de 2018 às 11:09
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Vladimir Putin decidiu aliviar as novas regras para o sistema de pensões, depois de este plano ter penalizado a sua popularidade junto dos russos. Em vez de mais oito anos, as mulheres terão de trabalhar mais cinco anos para chegarem à idade da reforma. Ou seja, aos 63 anos. No caso dos homens, as regras mantêm-se: terão de trabalhar mais cinco anos até aos 65 anos, numa sociedade cuja esperança média de vida dos homens é de apenas 67 anos.

 

Num discurso televisivo publicado no site do Kremlin, Putin afirmou ainda que além de querer reduzir o número de anos necessários para as mulheres chegarem à idade da reforma (de oito para cinco anos), também pretende diminuir a idade da reforma para mães com três ou mais filhos. Com este alívio das regras, o presidente russo está a tentar recuperar a popularidade que perdeu depois da apresentação da reforma do sistema de pensões, durante o Mundial de Futebol.

"A evolução demográfica, as tendências do mercado de trabalho e uma análise objectiva da situação mostram que não podemos adiar mais [a reforma do sistema de pensões]. Mas as nossas decisões têm de ser justas, equilibradas e ter em conta os interesses da população", afirmou Putin no discurso. "É por isso que estou a propor um conjunto de medidas que nos permite aliviar tanto quanto possível as decisões tomadas", acrescentou.

 

Esta medida, que ainda terá de ser aprovada, criou polémica e reduziu o nível de aprovação de Putin entre a sua população, revelou a Bloomberg. Se em 2017 a esmagadora maioria (87%) dos cidadãos lhe dava o seu apoio, num período marcado pela anexação da Crimeia, actualmente o nível de aprovação está nos 67%. Continua a ser uma maioria de apoiantes, mas este é o nível mais baixo desde 2012, um ano marcado por protestos por suspeitas de fraude eleitoral.

 

Na terça-feira, o presidente russo já tinha sinalizado que poderia vir a aliviar esta reforma, afirmando que reconhecia a insatisfação da população perante estas medidas e que as decisões têm de ser tomadas com cautela.

 

"Peço que não se esqueçam que as nossas decisões vão afectar a vida de milhões de pessoas e têm, por isso, de ser justas. Não vamos agir mecanicamente, mas sim adoptar uma abordagem equilibrada e cautelosa", disse Putin.

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