Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Parlamento grego reduz idade de voto para 17 anos

Os deputados gregos aprovaram esta madrugada uma reforma ao sistema eleitoral que acaba com o bónus de 50 assentos para o partido vencedor e que reduz de 18 para 17 anos a idade de voto no país.

5 de Fevereiro – Tsipras no dia em que o Parlamento grego foi empossado e após um périplo por capitais europeias

'Grécia não vai aceitar mais ordens, especialmente ordens através de emails. A Grécia já não é o parceiro miserável que ouve sermões para fazer o seu trabalho de casa. A Grécia tem a sua própria voz. A Grécia não pode ser chantageada porque a democracia na Europa não pode ser chantageada”
Yannis Behrakis/Reuters
22 de Julho de 2016 às 18:33
  • ...

O Parlamento da Grécia aprovou ao início da madrugada desta sexta-feira, 22 de Julho, uma revisão ao sistema eleitoral do país que o aproxima de um sistema simples de representação proporcional. Além de estabelecer que a idade de voto para dos 18 anos de idade para os 17, acaba com o bónus de 50 deputados atribuídos ao partido mais votado.

 

Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego e líder do Syriza, justificou a importância desta alteração com a necessidade de "rejuvenescer o sistema político" helénico. Mas para que o fim do bónus fizesse efeito já para as próximas eleições legislativas, marcadas para 2019, era necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 deputados gregos.

 

Contudo apenas 179 parlamentares (Syriza, Gregos Independentes, União Centrista e alguns deputados que contrariaram a tendência de voto das suas forças) votaram a favor, o que significa que só depois das próximas eleições é que entrará em vigor o fim do prémio ao partido vencedor. Já a redução da idade de voto entra em vigor imediatamente, até porque esta medida não requeria uma maioria reforçada (super-maioria) de votos.

 

Já o Nova Democracia, o Pasok e o To Potami votaram contra a proposta legislativa, sustentando que a eliminação do bónus de 50 deputados tornará ainda mais difícil ao partido vencedor formar governo. Kyriakos Mitsotakis, actual líder do Nova Democracia, afirmou que esta proposta não representa uma ameaça para o seu partido "mas para a própria democracia" e acusou Tsipras de pretender "manipular a lei eleitoral".

 

A verdade é que a eliminação do prémio ao partido mais votado consiste numa antiga proposta do Syriza. Em resposta ao líder do ND, Alexis Tsipras garantiu que esta reforma política permitirá "libertar a sociedade da corrupção e o sistema político da dependência em relação à oligarquia económica".

 

Para a generalidade dos analistas o falhanço de Tsipras em assegurar que o fim do prémio de 50 deputados contaria já para as próximas eleições parlamentares reforça a posição do conservador Kyriakos Mitsotakis. Além de tornar ainda menos provável que haja eleições antecipadas.

 

Depois de um passado democrático em que foi regra a existência de governos de um só partido, com alternância entre ND e Pasok, os últimos três executivos gregos foram de coligação. As eleições de 2012 resultaram num governo de bloco central (ND-Pasok) e ambas as legislativas realizadas em 2015 culminaram na formação de executivos de coligação entre Syriza e Gregos Independentes.

 

Nesta altura a coligação de extrema-esquerda liderada por Tsipras surge atrás do ND em quase todas as sondagens mais recentes. Uma vitória do ND em 2019, acrescida de 50 assentos parlamentares extra, reforçará a posição dos conservadores de centro-direita e diminuirá o peso relativo do Syriza na assembleia helénica.

Ver comentários
Saber mais Alexis Tsipras Grécia Gregos Independentes Syriza Sistema Eleitoral União Centrista Nova Democracia To Potami Kyriakos Mitsotakis
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio