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Olaf Scholz promete estabilidade na Alemanha, com coligação a três

Vitória por curta margem nas eleições legislativas na Alemanha leva SPD a procurar alianças. Olaf Scholz espera formar governo com Verdes e Liberais até ao Natal.

Hannibal Hanschke/Reuters
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 27 de Setembro de 2021 às 14:10

O social-democrata alemão Olaf Scholz prometeu, esta segunda-feira, fortalecer a União Europeia e a parceria transatlântica num governo de coligação a três que espera formar até ao Natal para substituir os conservadores do partido de Angela Merkel.

"A Alemanha sempre teve governos de coligação e sempre foi estável", afirmou Olaf Scholz, ao lado da estátua de Willy Brandt, chanceler do SPD do tempo da Guerra Fria, distinguido com o Nobel da Paz por promover a reconciliação entre o leste e o oeste.

O SPD, o partido mais antigo da Alemanha, conquistou 25,7% dos votos, até mais cinco pontos percentuais face às eleições federais de 2017, ficando à frente do bloco conservador CDU/CSU de Angela Merkel que, de acordo com os resultados provisórios, obteve 24,1% dos votos. Os Verdes foram a terceira força mais votada na Alemanha (14,8%), seguindo-se os liberais (11,5%).

Scholz, que desempenhou o cargo de ministro das Finanças na cessante "grande coligação" de Merkel, afirmou que, se liderar o Governo, pode oferecer continuidade na relação com os Estados Unidos.

"Para nós, na Alemanha, a parceria transatlântica é essencial (…), pelo que podem contar com continuidade", realçou, apontando que, num mundo perigoso, é importante para as democracias trabalharem juntas mesmo permitindo "conflitos" pontuais.

Scholz afirmou esperar acertar uma coligação "se possível" antes do Natal, mas o rival conservador Armin Laschet deixou claro que ainda pode tentar formar governo, apesar de o bloco CDU-CSU que lidera ter tido o pior resultado de sempre em eleições nacionais.

A partir de hoje, os partidos devem começar a medir as sensibilidades em conversas informais sobre potenciais alianças.

Os Verdes e os Liberais indicaram, no domingo, que primeiro vão dialogar entre si na tentativa de procurar áreas de compromisso antes do arranque formal de negociações – tanto com os sociais-democratas do SPD como com conservadores.

Angela Merkel, que não procurou um quinto mandato como chanceler, vai permanecer no papel de interlocutora durante as negociações da coligação que vão definir o rumo da maior economia da Europa.

Investidores aliviados

As ações alemãs estavam animadas na manhã de segunda-feira, com os investidores agradados, por um lado, com a elevada possibilidade de os liberais virem a integrar uma coligação governamental e, por outro, com o facto de o Linke, de extrema-esquerda, ter falhado em obter o número de votos suficiente para ser considerado como parceiro numa coligação.

"De uma perspetiva de mercado, é boa notícia que uma coligação de esquerda seja matematicamente impossível", observou Jens-Oliver Niklasch, economista da LBBW, apontando que outros partidos têm suficientemente em comum para alcançar um compromisso de trabalho, em declarações citadas pela agência Reuters.

Se Scholz for bem-sucedido em formar uma coligação, o antigo edil de Hamburgo tornar-se-á no quarto chanceler do SPD pós-II Guerra Mundial e o primeiro desde que Merkel tirou o poder a Gerhard Schroeder em 2005.

Merkel assumiu proeminência no palco europeu desde então, mas os aliados de Berlim no velho continente terão provavelmente que esperar alguns meses até ver o novo governo alemão envolver-se em assuntos internacionais.

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