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Morreu presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu nesta terça-feira, devido a uma “disfunção do sistema imunitário”. Próxima sessão do Parlamento Europeu deverá eleger novo presidente.

11 de Janeiro de 2022 às 08:58
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O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu nesta terça-feira, 11 de janeiro, aos 65 anos de idade, devido a uma disfunção do seu sistema imunitário. 

A confirmação foi dada por vários porta-vozes oficiais, tanto de Sassoli, como do próprio Parlamento Europeu, na rede social Twitter.

"O Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu à 01:15 da manhã [00:15 em Lisboa] do dia 11 de janeiro no hospital de Aviano, Itália, onde se encontrava hospitalizado. A data e o local do funeral serão comunicados nas próximas horas", escreveu o seu porta-voz, Roberto Cuillo, na sua conta na rede social Twitter.

David Sassoli estava hospitalizado com complicações graves devido a uma disfunção do sistema imunitário, escreve a agência Lusa. 

Na sua última publicação na conta oficial do Twitter, destacava os 20 anos da criação do euro, considerando que a moeda única é "um símbolo de paz e integração, a concretização de uma visão política e de um continente unido".

É o primeiro alto responsável europeu a morrer no cargo, nota o diário espanhol El País. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou a morte de "um grande europeu e orgulhoso italiano".

"David Sassoli era um jornalista compassivo, um notável presidente do Parlamento Europeu, e mais importante, um querido amigo", lamentou no Twitter.


Na primeira sessão plenária do ano, marcada para a próxima semana, o Parlamento Europeu deverá precisamente eleger um presidente da assembleia, algo que já estava previsto a meio da atual legislatura, e não relacionado com o estado de saúde de Sassoli.

A maltesa Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PEE), é a favorita para suceder ao dirigente socialista italiano, que assumiu o cargo no verão de 2019.

Jornalista que virou político

David-Maria Sassoli nasceu em Itália, a 30 de maio de 1956, e durante a década de 1970 licenciou-se em Ciência Política pela Universidade de Florença, cidade de onde era natural.

Sassoli foi um dos jornalistas mais reconhecidos em Itália, carreira que deixou para integrar o Partido Democrático, pelo qual foi eleito eurodeputado em 2009.

Foi também por esse partido, em 2019, que acabou, depois de ser reeleito eurodeputado, por ser o candidato dos socialistas para presidente do Parlamento. 
Foi o sétimo italiano a presidir ao Parlamento Europeu, num mandato que deveria terminar em janeiro próximo.

Marcelo e Costa destacam "caráter humanista" de Sassoli
Em Portugal, o Presidente da República reagiu com "com profundo pesar" à morte de David Sassoli, que descreveu como "um grande europeísta", de "caráter humanista".

"David Sassoli era um grande europeísta e deu um importante contributo como presidente do Parlamento Europeu para a defesa dos valores da União Europeia, nomeadamente da democracia e da solidariedade, revelando sempre o seu caráter humanista ao longo do mandato que exerceu com elevação. Foi um jornalista de grande prestígio em Itália, reconhecido pela sua competência e afabilidade", escreveu numa nota publicada no site da Presidência.

Também o primeiro-ministro português lamentou a morte de "um amigo". "É com profunda tristeza que lamento a morte de David Sassoli, um amigo com quem tive o privilégio de trabalhar muito proximamente nos últimos dois anos", escreveu António Costa, na rede social Twitter.

Eurodeputados destacam trabalho durante pandemia

No Twitter, sucedem-se as mensagens de condolências à família e de elogio ao trabalho do político italiano.

Margarida Marques, eurodeputada eleita pelo PS, destaca o trabalho de Sassoli nas negociações do Orçamento da União Europeia 2021-2017. "Sassoli 'presidiu' de facto às negociações. Criou um grupo de contacto, por ele presidido, com a equipa de negociação e com representantes de todas as famílias políticas", afirmou no Twitter. 

Para Margarida Marques, Sassoli "era um presidente que se empenhava de facto na valorização do papel do Parlamento Europeu nos palcos onde a defesa dos interesses dos cidadãos e da UE estavam particularmente em jogo".



Também Marisa Matias, eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda, destacou o trabalho do presidente do Parlamento Europeu "nos tempos difíceis da pandemia, quando o esforço para manter os procedimentos democráticos teve de ser maior e nunca se esqueceu disso".

"Tenho por ele uma enorme admiração e respeito", admitiu, lamentando a sua morte.

 

Do mesmo modo, Paulo Rangel destacou que Sassoli estava "sempre pronto a fazer pontes". "A Europa perdeu um europeísta, nós perdemos um amigo", lamentou o eurodeputado eleito pelo PSD. 


(Notícia atualizada às 11:53 com reações do Presidente da República, do primeiro-ministro e eurodeputados portugueses)

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