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Ministro polaco diz que Polónia não deve ficar na UE a todo o custo
A Polónia tem até segunda-feira para implementar a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia para desmantelar uma câmara de juízes que, dizem os críticos, está a comprometer a independência dos tribunais.
O ministro da Justiça polaco defendeu que o país não deve permanecer um país da União Europeia a todo o custo, em resposta ao que considera ser uma chantagem de Bruxelas contra as reformas judiciais na Polónia.
Os comentários surgiram numa altura em que a tensão entre Varsóvia e Bruxelas tem vindo a intensificar-se devido a uma longa disputa sobre o estado de direito no país - e que está a aproximar-se do limite, uma vez que a Polónia tem até segunda-feira para implementar uma decisão do Tribunal da UE ou poderá enfrentar sanções financeiras.
"Eu sou um opositor ferrenho de sucumbir à chantagem ilegal que a União Europeia fez através do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJEU)", afirmou Zbigniew Ziobro em entrevista ao diário polaco Rzeczpospolita, citada pela Reuters.
"A crença de que a União Europeia é um bom tio e que nos dá dinheiro e que devemos aceitar todas as suas exigências é propaganda e é falsa", afirmou, acrescentando que a Polónia deve estar na União Europeia, mas não a todo o custo.
Ziobro, líder do jovem partido arqui-conservador que faz parte da coligação que lidera a Polónia, é o arquiteto da reforma judicial que colocou a Polónia em rota de colisão com Bruxelas, que diz, por sua vez, que Varsóvia está a por em causa a independência dos tribunais no país. A Comissão Europeia diz que a Polónia deve implementar uma decisão do TJEU para desmantelar uma câmara de juízes que está a comprometer a independência dos tribunais.
As sondagens mostram uma esmagadora maioria de polacos a favor da permanência na União Europeia. No entanto, uma sondagem recente do jornal Rzeczpospolita mostra que 17% dos polacos são a favor de sair do país, um aumento face a outras sondagens.