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Refugiados deixam Budapeste a pé com destino à Áustria
Impossibilitados de prosseguirem viagem de comboio até à Europa Ocidental, centenas de refugiados deixaram esta sexta-feira a capital húngara, Budapeste, para iniciarem um percurso de quase 200 quilómetros a pé até à fronteira com a Áustria.
Várias centenas de refugiados que estão há dias na estação de Keleti, em Budapeste, capital da Hungria, começaram esta sexta-feira, 4 de Setembro, a começar a caminhar para a fronteira com a Áustria. Os refugiados, na sua maioria provenientes da Síria, estavam "presos" na estação ferroviária de Budapeste onde foram proibidos pelas autoridades húngaras de seguir viagem para a Europa Ocidental, nomeadamente para a Alemanha, o destino final mais almejado por quem procura asilo.
Na estação de Keleti têm sido várias as manifestações de apoio aos refugiados, que dizem querer partir. Na quinta-feira, pedidos de ajuda multiplicaram-se nas redes sociais dos húngaros, com muitos habitantes de Budapeste a entregarem comida e cobertores a quem estava na estação.
A decisão acontece quando, paralelamente, em Bickse, centenas de migrantes recusaram ser transportados para o campo de refugiados, para onde estavam a ser encaminhados desconhecendo o destino da viagem. Entre vídeos gravados pela polícia húngara onde alguns migrantes recusam comida e água como forma de protesto ao seu transporte para o campo de Bickse, existem também relatos de abuso de força das autoridades húngaras.
As autoridades húngaras estão a acompanhar o percurso que está a ser feito pelas principais vias de trânsito. Entre as fotos que circulam vêem-se imagens de crianças com fotos e cartazes da chanceler alemã Angela Merkel nas mãos.
O porta-voz da polícia húngara garantiu que a polícia irá monitorizar a viagem dos refugiados para o caso de ser necessário tomar medidas, escreve um jornal local.
Também esta sexta-feira os primeiros-ministros da República Checa, Polónia, Hungria e Eslováquia (Grupo de Visegrado) rejeitaram um sistema de quotas para aceitar os refugiados, por não preservar "a natureza voluntária das propostas de solidariedade europeia".
No próximo dia 14 de Setembro, os ministros da Administração Interna dos Estados-membros irão reunir-se para discutir uma resposta ao agravamento da crise dos refugiados. Antes, no dia 9, a Comissão Europeia irá apresentar uma proposta aos Estados-membros da UE relativa às medidas que podem ser tomadas. Ontem, quinta-feira, o Thw Wall Street Journal avançava que Bruxelas deverá propor que sejam distribuídos 160.000 refugiados pelos 28 países membros.